Lauro de Alemão Cysneiros* (foto)
A saudade não fala... Se falar pudesse,
Que diria, chorando, a insípida saudade?...
Não sei... Penso comigo que talvez dissesse:
"Eu sou filha do pranto... irmã da soledade...
Da lágrima nasci... e o pranto não refece
"Nem há-de-refecer, jamais, a densidade
"Da triste solidão que me embalar, parece,
"Quando o arrebol da vida envolve a mocidade...
"Imagem do passado hei ser por toda a vida,
"À sombra desse tédio e da tristeza rude
"No momento do adeus da triste despedida..."
Assim talvez dissesse, em sua acerbidade,
Na languidez cruel da lágrima que alude,
Se pudesse falar a insípida saudade.
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