Lauro Cysneiros* | Garanhuns, 16/04/1977
Bailando faceiramente,
Cheia de encanto esplendente,
Na vergonha revirente
Duma formosa roseira,
Eis uma rosa amarela,
Em cuja orvalhada umbela,
A perfeição se revela
Simplesmente prazenteira.
É de manhã, lá por fora,
Sanguíneos raios de aurora
Cintilam na verde flora,
Aprimorando a paisagem.
Enquanto a rosa faceira
Oscila, jalde, fagueira,
Na vergonha da raseira
Ao brando sopro da aragem.
O colibri donairoso
Esvoaça pressuroso.
Em busca do perfumoso
Néctar vitalizante...
E, constantemente, adeja,
E, radiante, voeja,
E, delirante, corteja
A corola insinuante.
Cai a tarde, o sol declina.
O crepúsculo termina
Enegrecendo a campina
E as choupanas da favela...
A paisagem perde as cores.
O sol não tem mais fulgores,
Vão embora os beija-flores,
E pende a Rosa Amarela.
*Escritor e poeta.
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