sexta-feira, 18 de agosto de 2023

A rosa amarela


Lauro Cysneiros* | Garanhuns, 16/04/1977

Bailando faceiramente,

Cheia de encanto esplendente,

Na vergonha revirente

Duma formosa roseira,


Eis uma rosa amarela,

Em cuja orvalhada umbela,

A perfeição se revela

Simplesmente prazenteira.


É de manhã, lá por fora,

Sanguíneos raios de aurora

Cintilam na verde flora,

Aprimorando a paisagem.


Enquanto a rosa faceira

Oscila, jalde, fagueira,

Na vergonha da raseira

Ao brando sopro da aragem.


O colibri donairoso

Esvoaça pressuroso.

Em busca do perfumoso

Néctar vitalizante...


E, constantemente, adeja,

E, radiante, voeja,

E, delirante, corteja

A corola insinuante.


Cai a tarde, o sol declina.

O crepúsculo termina

Enegrecendo a campina

E as choupanas da favela...


A paisagem perde as cores.

O sol não tem mais fulgores,

Vão embora os beija-flores,

E pende a Rosa Amarela.

*Escritor e poeta.

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