Inegavelmente a semente plantada para a germinação do Colégio Quinze de Novembro, foi muito bem fecundada. Só os que viveram contudo, o dia-a-dia da grande instituição, podem aquilatar os sacrifícios e a luta insana para levar avante tão auspicioso ideal. Mas quem faz alguma coisa de útil sem sacrifícios? Parece mesmo que nada tem o devido valor, se o suor e até as lágrimas não caírem como um forte tempero que sedimenta a vida das grandes instituições. O Colégio, foi, é, e será iniludivelmente sempre assim. Os longos dias dessa sua história trajetória, são testemunhos eloquentes e que Deus, esteve bem perto, sempre presenta na vida dos grandes missionários, que as deram para o cumprimento da missão a que vieram.
Nos primeiros anos da década de 1960 permanecia na direção do educandário Dr. Jule Spach. Nos anos seguintes ela ficou a cargo do professor Arthur M. Lindsay que diante de outros compromissos com a missão ficou apenas um ano. Voltaria depois para mais outro período de direção. Com a saída do professor Arthur Lindsay ocupou a direção do Colégio o Reverendo Ismael Feijó de Melo. Inegavelmente o pastor Ismael impregnou o colégio de uma maior e mais forte ação espiritualista, ao lado das atividades educacionais.
Nos anos de 1967 a 1975 o Quinze ficou com a responsabilidade direcional do Reverendo Josias Rocha. Um bom período, segundo se atesta, conforme testemunho de ex-alunos desse tempo.
A partir de final 1975 voltou a direção o professor Arthur Lindsay, que - segundo se sabe - foi um período difícil de ser enfrentado. A valiosa colaboração do professor Lindsay neste segundo período da sua administração, prolongou-se por pouco mais de um ano, isto é durante o ano de 1978, quando no final teve que regressar aos Estados Unidos.
Em princípios de 1979 ocupou a direção o professor Nivaldo Felipe, demonstrando incomparável competência como gestor dos negócios do colégio. Fase difícil a anterior, agora com novas perspectivas de trabalho e de ação.
Seria impossível anotar nomes de tantos que passaram pelo Colégio Quinze e dedicaram um pouco de sua experiência, seu trabalho, seu entusiasmo. Alunos, hoje ex-alunos, professores, mestres e diretores, muitos dos quais já falecidos, legaram um patrimônio indelével no contexto da cultura de Pernambuco. Mas sobre todos os aspectos, a obra não feneceu.
Professor Ageu Vieira. Destacado mestre e pastor. Dedicado ao ensino, Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte do Brasil. Intelectual profundo escreveu vários opúsculos de antologia religiosa, sendo um pregador dos mais respeitados pela sua palavra firme e segura sobre as Verdades Eternas. Tinha especial dedicação pela língua mater e pela língua inglesa. Austero com seus alunos, dirigia-se a todos, contudo com carinho e amor paternal. Meu primo, o pastor Cephas Reinaux sempre lembra o Reverendo Ageu Vieira, pois quando este o via, dizia sempre em tom brincalhão: "Cephas Reinou, mas não reina mais". Ou ainda, quem nos lembra o Reverendo Ageu é o companheiro desta linhas Urbano Vitalino. O reverendo dizia ao ver Urbano: "Senhor Vitalino, seja mais urbano". Sua voz grossa e grave era seguida de um riso largo e afetuoso. Teve como companheiro essa figura notável da educação de Garanhuns. Uma espécie de patrimônio cultural e moral que é a professora Dona Noemi Gueiros Vieira. O professor Ageu Vieira deixou os filhos "Nosa", Fanuel Gueiros Vieira, comerciante em recife e o professor David Gueiros Vieira, lente da Universidade de Brasília, intelectual de renomada e escritor. Todos foram alunos do Colégio Quinze e posteriormente completaram seus estudos nos Estados Unidos.
*Advogado, jornalista, escritor e pintor / Recife, 12 de Outubro de 1985.
Foto: Aluna da cruzada ABC recebendo certificado das mãos de Jule Spach.
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