Ô, Zé Cardoso, esse cenário fez parte do seu show, do meu, de quantos estivessem dispostos a lutar por dias melhores em favor de um povo abatido pelas desigualdades sociais.
Na rua, passeatas hipócritas patrocinadas pelo dólar americano. Mulheres bem vestidas expondo suas riquezas nos colares e brincos de ouro e de diamante! Um escárnio a um povo que já vivia abaixo da linha de pobreza.
E foi logo desse movimento que nasceu uma revolução pífia. Foi no charco dessa indecência, que brotaram os dedo-duro, apontando, denunciando, se vingando de líderes que como você peitou de cara os potentados e foi então que Garanhuns começou a sentir a sua própria força.
O homem que calçou por tanto tempo as sandálias da humildade constituía-se numa ameaça à hegemonia política dos ricaços, ventrudos, obesos, ociosos, sanguessuga e opressores da liberdade.
Pois é Zé Cardoso. Os tempos não mudaram tanto em termos políticos neste País. A velha UDN está sendo exumada para incitar um golpe, tomada de poder, em nome da moralidade. Falam em mar de lama, cujo mar de lama sempre foi o passaporte para tungar os cofres da nação.
Você se lembra de Lula, Zé Cardoso? Aquele metalúrgico de nariz empinado, raçudo, sem um dedo em uma de suas mãos, é o alvo desses safardanas que estão utilizando escandalosos meios escusos para tirá-lo do poder. Você sabe que estou falando de Lula do Caetano, de Caetés, de Garanhuns.
Ele chegou à presidência do Brasil com a força do voto popular. Esses filhos do Demo, não querem a pobreza usufruindo melhor qualidade de vida; ter acesso às Faculdades e o direito explícito à cidadania.
À iminência de Lula ser reeleito está tirando o sono dessa súcia que não votou ainda a aprovação do Orçamento de 2006, e que conta com o apoio e a conivência de grande parte da nossa imprensa.
Enquanto eles, meu querido Zé Cardoso, se preocupam em eivar a imagem do nosso presidente, Lula dá lições de competência desenhando um novo rosto para o Brasil e uma nova geografia por onde estamos palmilhando os caminhos do desenvolvimento.
Nunca, meu caro Zé Cardoso, O Brasil se projetou tanto aos olhares do mundo quando agora.
E eles, os pudibundos, os letrados, passaram tanto tempo com as rédeas do nosso destino em suas mãos, e o que fizeram em nosso benefício? Deram de mão beijada as nossas riquezas; venderam a preço de banana as nossas reservas minerais.
Enquanto isso, Lula, com seu português bem nordestino, sem os achaques do escorreitíssimo dos intelectuais, fala, e todos entendem, realiza e todos aplaudem. Menos os safardanas, os doentes de inveja, que foram sobrepujados pela simplicidade de um governo extremamente voltado para o social.
Eu precisava tanto falar com você Zé Cardoso, porque há 14 (30) anos não nos vemos, não dialogamos, não consultamos nossos ideais.
E porque há 14 (30) anos não nos vemos, envio estas linhas para você José Cardoso da Silva, o grande Zé Cardoso, Zé de pé no chão, que se inscreveu nos anais da política garanhuense como um dos mais audazes líderes de Pernambuco que fez da sua bandeira, essa mesma bandeira que Lula defende, a bandeira da liberdade, a bandeira dos excluídos, a bandeira de um futuro promissor para o nosso povo carente.
Valeu, Zé Cardoso! Foram duas laudas somente, mas alinhavamos neste diálogo imaginário, assuntos pertinentes ao nosso País, aos sonhos dos brasileiros que estão vislumbrando uma réstia de luz, no governo Lula, um Zé de pé no chão, que está deixando o mundo boquiaberto e perplexo com a sensatez das suas ações no combate a maior mazela do mundo: A FOME.
*Rossini de Azevedo Moura |Jornalista, cronista, radialista e historiador / Garanhuns, 28 de abril de 2006.
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