quarta-feira, 26 de julho de 2023

Existências que não morrem

Esta frase é do escritor Jorge Fernandes da Silva, o qual foi também professor deste Estado, com grandes serviços à educação. Seu livro tem o título acima (ano de 1982).

O Monsenhor Adelmar da Mota Valença (foto), o "Eterno Diretor do Colégio Diocesano de Garanhuns", se enquadra perfeitamente com o nome dessa obra que o seu autor mandou pra mim, acompanhado de uma carta de 29/06/1989, procedente do Recife onde faleceu.

A querida "Irmã Maria Mirtes de Araújo Corrêa" solicitou a minha colaboração sobre o "Padre Adelmar", com orgulho, atendi o justo pedido.

O aludido sacerdote nasceu no sítio Beira Mar, em Pesqueira, "berço de tantas figuras magistrais tanto do passado, como do presente. 

Apenas eu diante do seu túmulo, nesta cidade, usei da palavra. Éramos amigos. O "Padre Adelmar" veio ao mundo a 4 de julho de 1908. Desde menino tinha inclinação da vida sacerdotal, até mesmo nos finais momentos de sua morte. Veio em companhia de seus pais. Aqui, nesta bendita cidade, onde nasci, foi ordenado sacerdote a 30 de novembro de 1937. Mas durante os saudosos anos de 1915 e 1916, estudou na Escola Artur Brasiliense Maia. Ainda hoje, a Escola continua seguindo os passos do Mons. Adelmar. "A 5 de março de 1917, entrou para o Ginásio de Garanhuns, no qual estudou durante 6 anos". O tempo corria e depois da sua ordenação, foi nomeado para ser diretor do Ginásio de Garanhuns, hoje Colégio Diocesano desta terra. O "Padre" Adelmar ficou à frente do mesmo até 31 de dezembro de 1981.

O autor deste pequeno trabalho, entrou no "Diocesano" em 1933 e saiu em 1938. Fui assim, seu ex-aluno em 1938 e antes, estive no "Querido lar" sob às ordens do Padre Tarcísio e do Monsenhor Callou.

Devo ao referido Educandário, quase tudo na minha vida. Ela insere fatos saudosos, inclusive os "bolos de palmatória", dados pelos dois Sacerdotes. Contudo, o Monsenhor Adelmar acabou com esse uso. Mesmo assim, ainda tenho saudades deles, inclusive dos bolos...

Assisti à transmissão dos cargos de direção do "Alto padrão de civismo e de glória", cujo bonito hino e música, foi do Mons. Godoy. Participei de muitos desfiles do "Gigante da Praça da Bandeira", hoje, praça Mons. Adelmar Valença, graças a uma sugestão deste Ulisses. Tal projeto de Resolução da Câmara Municipal foi de autoria do ex-vereador Augusto Acioli, do distrito de São Pedro, também ex-aluno. Tanto ele como ei fizemos discursos, entre outros oradores. Meu Deus, como é confortante escrever estas linhas confortantes também para os que irão ler esta obra de importância, graças aos beneplácitos, de alunos, ex-alunos, amigos sinceros que elevaram o "Diocesano". E quem eleva esse imorredouro Colégio, está também enaltecendo o Monsenhor Adelmar. Num trabalho do ex-prefeito, ex-deputado estadual e sobretudo ex-aluno, Luís Souto Dourado, disse através do Diário de Pernambuco, 17 de maio de 1980: "O Padre Adelmar não é a simples marca de uma pessoa numa instituição, e a própria pessoa que se transformou numa instituição, sem perder as melhores e mais essenciais qualidades humanas"!

O imorredouro "Padre Adelmar", durante 44 anos foi exemplar Diretor da Casa do Saber. Mons. Adelmar, faleceu no dia 8 de agosto de 2002. Um momento triste para Garanhuns, Pernambuco e o Brasil. Nas comemorações do Centenário de Nascimento do "Padre Adelmar", foi distribuído um volume que diz: "A história do Colégio se confunde com sua própria história"!

É o maior benemérito do Diocesano, sendo um dos maiores exemplos de educadores do Nordeste". No livrinho aludido insere que ele "construiu 2 pavilhões de aulas, o auditório, a Capela, a cozinha e o refeitório, a quadra de esportes, a piscina, prédio do curso primário e o Ginásio do Arraial, que hoje, com muita justiça, chama-se Colégio Mons. Adelmar da Mota Valença".

Falar das honrarias recebidas (dezenas de medalhas e diplomas).

Foi este Ulisses que a pedido do Mons. Adelmar, leu na Câmara de Garanhuns, a sua rica Mensagem durante a solenidade de entrega do Diploma de Cidadão Honorário desta terra ao seu grande amigo, o "padre Godoy", autor do Hino do Colégio Diocesano de Garanhuns. Também o Mons. Adelmar era possuidor desse diploma de cidadania local. Foi prestada significativa homenagem ao querido "Padre Adelmar" pelos alunos e alunas do Colégio Mons. Adelmar da Mota Valença (antigo Ginásio do Arraial) pelos 100 anos do seu fundador com a sua foto. Fui sabedor que a sentimental iniciativa coube a Associação dos que estudaram no aludido Colégio.

Também os ex-alunos do Colégio Diocesano, através da sua direção, Carlos Alberto  Oliveira e Julião Marques, prestaram a homenagem pelo centenário de nascimento no Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti, no dia 10 de outubro do ano em curso, às 20 horas. O Grupo Diocesano de Artes enriqueceu a dita homenagem.

A bondade do Monsenhor Adelmar da Mota Valença foi sem limite, haja vista ter dado, de graça, estudos a centenas de alunos e que hoje, são bem equiparados em soas vidas, tanto em Garanhuns como em outras plagas.

Rendo a saudação fraternas as Irmãs Cândida, Mirtes e Terezinha, do Colégio Monsenhor Adelmar da Mota Valença,  heroínas dignificantes. Dedico uma frase histórica que o "terno Diretor", gostava de pronunciar: "tu és um verde ninho murmuroso de eterna poesia" (do poeta dos escravos, Castro Alves).

*Ulisses Peixoto Pinto / Jornalista, historiador, cronista e ex-aluno do Colégio Diocesano / Garanhuns, Julho de 2008.

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