Por Ivo Tinô do Amaral* | Abril de 2021
Quando criado pela Prefeitura de Garanhuns, na minha gestão à frente da municipalidade, o FIG ainda não contava com muita estrutura e com os apoios necessários, era apenas o início de um sonho. O papel de empresários da terra e do empenho dos órgãos municipais foi fundamental para a gênese do evento. Já no primeiro ano, o Governo do Estado mergulhou de cabeça, seja com suas secretarias e seu imprescindível apoio, seja com a organização estrutural da FUNDARPE.
Chegamos ao 30º ano de um Festival nascido e criado para se eternizar no calendário cultural do nosso Estado e de nosso país, sendo hoje declarado patrimônio imaterial de Pernambuco, por iniciativa da Deputada Terezinha Nunes, projeto de lei aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa e sancionada pelo Governador Eduardo Campos.
Criado na minha gestão, idealizado pelo jornalista Marcílio Reinaux e abraçado pelo Governo do Estado, com o então Governador Joaquim Francisco, o Secretário José Jorge e o Presidente da FUNDARPE Rubem Valença, o Festival tomou proporções gigantescas e gera riquezas (materiais, financeiras e culturais) para Garanhuns, mas necessita que todos (Estado, Município e empresariado) trabalhem em consonância com o projeto.
Precisamos ter em mente que o FIG não é somente a esplanada Mestre Dominguinhos, são as artes cênicas, como o teatro, o circo, as oficinas e também a excelente programação do Pau Pombo, no palco instrumental, as artes visuais e audiovisuais e, também, a literatura, as palestras, as exposições e o palco popular Ariano Suassuna, a dança, a música erudita, os mamulengos. Isso sem falar no "Som na Rural", no palco forró, fotografia, artesanato e gastronomia, entre outros.
A importância de cada evento cultural, de cada polo, de cada manifestação cultural (da mais ancestral até a mais contemporânea) é fundamental para compreendermos a alma de nosso povo, de nossa formação histórica e das tendências futuras.
Que esse anos pós pandemia, quando teremos a 30º edição após 2 (dois) anos de espera, temos uma programação completa do FIG, mostrando os eventos dos mais simples aos mais grandiosos e as belezas dos pontos turísticos de nossa terra - que não vive somente do FIG - além da boa diversão e descanso nessa terra de Simôa Gomes, a Suíça pernambucana e terra das flores.
O Festival de Inverno de Garanhuns não é apenas um legado que deixarei, ele é indissociável daqueles que amam a nossa terra e não querem ver acabar a maior manifestação multicultural do Brasil. O FIG não pertence ao Governo do Estado ou do Município, a nenhum Prefeito ou Governador, mas sim ao povo de Garanhuns e ao pernambucano.
*Ivo Tinô do Amaral foi o criador do FIG, Prefeito de Garanhuns por 2 mandatos e Deputado Estadual em 2 legislaturas, antes foi vereador e vice-prefeito.
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