Paulo de Melo (O Poeta da Natureza)
Chamaram-me de roceiro, caipira e sertanejo. Sou caipira, sim senhor! Sou caipira com orgulho, pois nasci lá pertinho da nascente, onde se formavam os rios, que banhavam este Brasil. Gigante em tanta beleza, recanto da natureza, e foi bem aqui que nasci.
Muitas águas cristalinas descendo formando rios, banhando todo o baixo onde cantava a passarada, e as plantas todas crescendo, as flores desabrochando, as borboletas voando e contemplando a natureza.
Flores de grande beleza, cores sempre variadas. Flores sempre perfumadas, esta beleza é Brasil. E que aos poucos sumiu, e já não encontro mais. Onde viveram os meus pais, não tem mais esta riqueza.
Sou caipira, sim senhor! Caipira com certeza, defendo o meu país, o meu pedaço de chão, meu recanto de sertão onde eu já fui feliz, mais o progresso não quis, devastou a natureza e acabou toda a beleza, levou toda a riqueza do meu recanto feliz. Sou caipira, sim senhor!
Apareceu um doutor, de aparência elegante sujeito muito falante, sujeito conversador. Sou cidadão defensor e protetor da natureza, vim trazer mais riqueza, nesse canto de sertão. Vamos fazer parceria, o progresso é muito bom, e tem a tecnologia. O papai analfabeto sincero e muito honesto, acreditou no doutor . Veja ai o que sobrou, miséria e destruição, no meu recanto feliz, meu pedaço de sertão. Devastou a natureza, acabou toda riqueza, exterminou a beleza, às árvores todos cortou; já secaram as nascentes, judiaram dessa gente, mataram a criatura e o planeta sente a dor.
Sou caipira, sou roceiro, sertanejo... Sim, senhor!
Garanhuns/PE - 2017.
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