Somente a garra e determinação do prefeito Ivo Amaral, quando do exercício da função de chefe do Executivo Municipal, foi possível a realização do II Festival de Inverno de Garanhuns (1992).
Por causa de manobras insólitas e injustas de "forasteiros", quase não se realiza o Festival. Prevaleceu a verdade e o bom-senso da justiça e ainda hoje é realizado o evento. Esses "forasteiros" tinham pretensão de serem "donos", titulares dos direitos autorais de um evento de domínio público. Daqui a pouco aparecem pessoas reclamando para si a criação da Festa das Marocas (Belo Jardim), da Vitória Régia (Recife) entre outras.
Na realidade, o legítimo dono do Festival é o povo desta terra. A verdadeira história do evento vem da época do Centenário de Garanhuns (1979), na primeira gestão de Ivo Amaral à frente do Governo Municipal. Há algum tempo tínhamos escrito nos jornais a sugestão da realização de um Festival de Inverno em Garanhuns, nos moldes dos Festivais de Gramado (RS), São João Del Rei (Minas Gerais), Campos do Jordão (São Paulo) , entre outros, onde já havíamos participado não só como turista, mais como conferencista e professor de cursos, convidado. Admirando o sucesso destes.
Claro que ninguém teve a preocupação de registrar em Cartório a ideia, muito menos projetos ou programas e outros documentos. Para quê? Afinal, aquilo que fizemos foi para Garanhuns, a terra à qual tanto amamos. E o fizemos sempre muito mais, posto que nossas iniciativas, ao longo de tantos anos, têm sido despretensiosas, desinteressadas em remuneração e ou pagamentos por amor, por desejo de ver a cidade crescer, progredir, alinhar-se entre aquelas de grande desenvolvimento sociocultural do Estado.
Mas a justiça venceu, mostrando que o direito comum do povo de Garanhuns prevaleceu sobre interesses de certas pessoas "forasteiros" que queriam se tornar "donos" do Festival. A despeito dessas ações podemos tirar preciosas lições: O crédito de confiança que depositamos nas pessoas, devemos dar na medida do dia-a-dia onde estas se mostram honestas e capazes. Aprendemos também que a "prata-da-casa", por vezes relegadas para dar oportunidade a "aventureiros" não deve ser esquecida, ao contrário disto, ela deve ser incentivada e valorizada.
Aí está o Festival de Inverno de Garanhuns consolidado, uma realidade insofismável de tantos que desejaram ver o seu sucesso. Ninguém poderá mais tirar de Garanhuns seu Festival. As gerações futuras por ele responderão. Ele está para Garanhuns como o São João está para Caruaru e Campina Grande. É irreversível. É de todos.
Queiram ou não, deixa ao ex-prefeito Ivo Amaral, além de outras, esta marca indelével de uma salutar promoção; uma marca profunda de sua administração. Ficamos felizes em fazer parte dessa porção de gente de Garanhuns, que amando a terra de Simôa Gomes, a ela se dá por inteiro. O Festival de Inverno de Garanhuns, é pois, uma semente que há de render e prosperar em grandes frutos para Garanhuns do futuro. Quem viver verá. Esta é a história. Esta é a verdade.
*O professor Marcílio Lins Reinaux é Cerimonialista, mestre de cerimônias, fundador e Presidente da Academia Brasileira de Cerimonial e protocolo – ABCP. Professor de história da Arte (aposentado) da Universidade Federal de Pernambuco. Historiador, pesquisador e escritor, tendo 32 livros publicados, dos quais seis são prêmios literários de diversas instituições culturais de Pernambuco e cinco tratam dos assuntos de cerimonial. É relações públicas, fundador do Conselho Federal de Relações Públicas, advogado e jornalista.
Foto: Ivo Amaral homenageado no 24º FIG em 2014.
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