De Pesqueira para Gravatá, de Gravatá para Garanhuns, o educador Mons. Adelmar nesta última cidade viveu sua adolescência, juventude, idade adulta e velhice, estando hoje sepultado nesta terra, que ele tanto enaltecia pelo clima, paisagens, enfim o que de bom a natureza oferecia e continua oferecendo.
Além de receber uma formação doméstica invejável, frequentou Escolas, Colégio Diocesano (antes Ginásio de Garanhuns), bem como o Seminário o que lhe proporcionou uma educação completa, fazendo com que atuasse ao longo destes anos, nesta cidade, dando uma valiosa contribuição para educação da juventude deste país, bem como para Igreja Católica.
Mons. Adelmar "O Padre", como sempre foi chamado, foi um educador ousado, competente, amigo, compreensivo, enérgico (quando era preciso), mas de um coração cheio de afeto para com seus "alunos" em especial os internos. Tinha várias qualidades, mas algumas me impressionavam: a memória - pois falava o nome de todos alunos internos, inclusive, tinha o cuidado de reconhecê-los pela família; igualdade de tratamento - tratava a todos com a mesma postura, se fosse necessário advertir ou elogiar. Num relato do livro de Manoel Neto Teixeira. "O Diocesano de Garanhuns", diz que o governador da época tinha um filho estudando no Colégio Diocesano e numa visita ao filho, solicitou uma vaga para o filho de um dos seus assessores, por saber que havia um aluno, há meses sem pagar as mensalidades. Então mostrou ao "Padre" que a vaga deste aluno poderia ser substituída pelo filho do seu assessor. Então o "Padre" falou: "não há vaga porque este aluno vai continuar estudando pagando ou não pagando... "Eu mesma intercedi para um jovem, meu conterrâneo, filho de agricultor de poucas posses para que pudesse fazer o 2º Grau; e que o fez gratuitamente, como também uma criancinha que só queria estudar no "Diocesano" pois nem falar direito ele sabia e o mesmo estudou do infantil até concluir o 2º grau. Vemos aí, que o Mons. Adelmar não colocava como prioridade o fator financeiro, mas a formação de quem assim o desejasse; tratava a todos igualmente, independente de condição socioeconômica. Não havia privilégios e também procurava ajudar os alunos de pouca condição financeira, nomeando-os para auxiliar na disciplina do internato.
Tinha zelo pelos educandos, dava tudo de si para torná-los cidadãos de bem. Era homem rígido, imprimia respeito e obediência, quando o momento exigia, mas bondoso sempre, frente ao aluno que precisasse de sua ajuda. "Timoneiro insubstituível" gostava de franqueza, em especial dos seus alunos quando advertidos.
Recebeu, por dois anos consecutivos, o título de Educador do ano, em reconhecimento pelo seu trabalho, junto aos jovens desta cidade e das demais do Brasil. Educador Emérito e um dos mais dignos homens que habitou o Estado de Pernambuco, de onde irradiou para todo país o reflexo ímpar do caráter, tão conhecido de seus educandos como da sociedade de Garanhuns. Educador de admirável exemplo de fortaleza, dedicação e amor. Um mestre seguro, ávido do saber, firme, incansável, simples, humilde, um herói do civismo na formação do jovem brasileiro. Obrigada, Senhor por Mons. Adelmar ter vivido entre nós!!!
Fonte: Monsenhor Adelmar da Mota Valença - Vida e Obra - Centenário de Nascimento 1908 - 2008. Coordenação: Irmãs Cândida Araújo Corrêa e Maria Mirtes de Araújo Corrêa.
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