terça-feira, 28 de maio de 2024

Victor Hugo


João Marques | Garanhuns,  12/04/2016

Tenho lido Os Miseráveis, que me convence, por sua literatura, ser uma das maiores obras escritas. Começa: "Era bispo de D..., em 1815, o Sr. Carlos Francisco Benvindo Muriel, que contava setenta e cinco anos de idade, e ocupava a cadeira episcopal desde 1806." E é por este homem, que se torna conhecido como Monsenhor Benvindo, que Victor Hugo encarna no ser humano o que seria o ser perfeito, e humano, admite. O livro que tenho, uma velha brochura da Edigraf, São Paulo, renova-me de vez em quando a possibilidade da crença na perfeição. A perfeição que possa sobressair-se das injustiças sociais e dos costumes humanos. O prefácio do livro, escrito pelo próprio Victor Hugo, transcrito aqui, para dar ideia da seriedade da obra:

"Enquanto existir, por efeito das leis e dos costumes, uma condenação social, que produza infernos artificiais no seio da civilização, e desvirtue com uma fatalidade humana o destino, que é inteiramente divinal; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado - a perdição da mulher pela fome - a atrofia da criança pelas trevas - não forem resolvidos; enquanto, em certas regiões for coisa possível a asfixia social; ou, noutros termos, e sob aspecto mais amplo - enquanto houver na terra ignorância e miséria, não serão os livros como este, de certo, inúteis.

Houteville House, 1º de janeiro de 1861".

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