domingo, 12 de maio de 2024

Política e hospitalidade

Prefeito Ivo Tinô do Amaral

José Benigno*

Há séculos passados, um sujeito ilustre, muito importante mesmo, se, não me engano, Fustel de Coulanges, escreveu um livro que se tornou clássico na literatura política, chamado a "Cidade Antiga".

Nesse livro ele dizia que toda cidade tem a sua virtude, aquele traço característico de experiência e de concreção, pelo qual as cidades se identificam e se distinguem uma das outras.

Garanhuns oscilando na casa dos cem mil habitantes é uma cidade em franco processo de expansão urbanística, de vida dinâmica, de povo acolhedor e hospitaleiro, com belos logradouros públicos e pontos turísticos fascinantes.

A Suíça Pernambucana é como é cognominada pela exuberância do seu clima, tipicamente europeu, também se ufana de ter a sua virtude, que eu penso seja a virtude da hospitalidade, isto é, a virtude de bem receber. Receber com alma, com atendimento, com afeto, com toda a doçura do verbo receber como aconteceu recentemente por ocasião da VI Convenção Nacional de Clube de Castores.

Garanhuns não é somente um "cartão postal" convidativo e insinuante para o turista. É também uma cidade acordada para o seu próprio desenvolvimento. Garanhuns recebe com elegância ímpar, carinhosamente, educadamente - todos os que aqui chegam para ficar, ou que aqui estão para passear; forasteiros ilustres ou peregrinos humildes, aqui a todos nós recebemos com o afeto, com a alegria, com a alma de Garanhuns.

Palavras significativas e que, certamente definirão o raciocínio deste artigo. Palavras de um homem público, e de um "gentleman" também. Palavras do prefeito Ivo Tinô do Amaral aos jovens castores do Brasil que partiram com o coração ensopado de saudade dos dias felizes que passaram na Suíça Pernambucana, onde cada gesto, era um traço peculiar e intrínseco do seu povo e da sua gente hospitaleiras.

Durante cinco dias tivemos a satisfação incontida e porque não dizer a rara oportunidade de concatenar ideias, fazer exposições de pensamentos com companheiros castores do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Bahia e Pernambuco - numa série de inovados fóruns e seminários.

Estes e outros eventos especiais, fórum castorístico, noite de companheirismo (no Parque Ruber van der Linden), desfile, jantar de confraternização, três Plenárias Nacionais, baile em homenagem ao Lions Internacional (no Hotel Monte Sinai), jantar em homenagem ao comércio e á indústria, passeio a Caruaru, competições esportivas, escolha da Miss Castora do Brasil, missa em ação de graças e culto no Mosteiro de São Bento - tiveram lugar na cidade das flores durante a VI Convenção Nacional de Clubes de Castores.

Vagueio no tempo e recordo a cidade amada do companheiro Marcílio Luna, onde estão ilhados os sonhos e amores eternos, perdidos nos mistérios do tempo, de Edite Correia de Moraes, Fernanda França, Graciete, Grace e Alma Brandt, Ana Carolina Torres, Teresa Pinto, Luciene Gonçalves de Lucena, Neide, Maria Helena Sedrin, geração que encanta e fascina a sociedade da cidade serrana.

Oito anos depois - volto agora mais demoradamente à cidade de Garanhuns. Volto a sentir o frio gostoso, a contemplar a neve que espalha por cima dos telhados, a sentar nos bancos dos jardins poéticos do Sesc, que exalam perfume e aroma, a abraçar Lúcio Mário, Dagoberto e Antônio Edson, conterrâneos meus a bem servir a grandeza do município.

Volto a abraçar João Eudes Bezerra, (funcionário do Bandepe) e ex-companheiro de magistério, entre outros amigos leais que hoje povoam o solo de Garanhuns. Volto radiante e feliz e com uma dupla missão: participar do evento como Castor e como jornalista, naturalmente cobrir o acontecimento para o JORNAL DO COMMÉRCIO E O DIÁRIO DA NOITE.

E em meio a este reencontro feliz, conheci novos companheiros e companheiras, somei, multipliquei os laços de amizades que unem a mocidade castorística brasileira, dos pampas gaúchos (no Rio Grande do Sul), à pequena cidade de Cabrobó, nos confins do sertão de Pernambuco.

Diz o velho adágio: Há tempo para todo o propósito debaixo do sol. E para mim, houve tempo de trabalhar e tempo de amar; tempo de rever os amigos e tempo para fazer novos amigos; tempo para dialogar e tempo para discordar.

Tempo de bater papo em inglês com Silvana Antunes (CC de São Paulo) e tempo de rever os nossos erros de Português.

Tudo isso e muito mais, aconteceu na cidade das flores, que se transformou de um momento para o outro - na capital do castorismo brasileiro. Vagueio no tempo e sinto saudade, saudade que (fez) faz lembrar os olhos verdes da esperança de Ana Carla Martins Lemos, garota de porte fidalgo, gestos meticulosos. Saudade dos companheiros de Goiás, a começar pelo Mário Júnior Balestra; Saudade dos irmãos Paulo Goberto e Carmem Lúcia, filhos do leão - Dorival Ferreira da Silva e da domadora Edenlice Maria Vieira Ferreira da Silva, pertencentes ao Lions Clube de Salvador - Sudeste; Saudades do CL Pedro Matjosius e de sua domadora; Saudade do diálogo alegre e descontraído do companheiro gaúcho Tarcísio Barrotte, que se disse um enamorado dos costumes do homem do agreste, do seu "modus vivendi" da sua simplicidade.

E em meio a estas lembranças arquivadas, uma alegria maior conduze-nos a novos horizontes. A eleição do CC Rolmes Medeiros de Carvalho Júnior para presidência do Conselho Nacional de Governadores, antevê para Pernambuco e o Nordeste nesta hora, o futuro do castorismo, a grandeza do Brasil. Rolmes, por certo continuará o trabalho fecundo do CC Alfredo Fabiano Reis, que teve ao seu lado a ajuda de admiráveis companheiros como Vagner Robues Alvarez, Cícero Ferreira da Silva, João Felipe Furtado, entre tantos outros.

Ao chefe do Poder Executivo de Garanhuns, Ivo Tinô do Amaral, a nossa palavra de gratidão, extensiva a todo o seu staff, especialmente ao seu Secretário de Governo, José Florêncio, pela amabilidade com que fomos tratados, pela deferência toda especial que naturalmente só poderia existir numa terra que acolhe com hospitalidade quase que diariamente turistas do Brasil e de todo o mundo, atraídos pelo fascínio da sua natureza e exuberância do seu clima típico dos países europeus. Se é um orgulho ser Castor, maior ainda é tê-los como meus companheiros! (*Jornalista, professor e analista político | Recife, 27 de Agosto de 1977).

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