terça-feira, 4 de junho de 2024

Casa de D. Sílvia Galvão derrubada em Garanhuns

Casa de Dona Sílvia Galvão

Jornal O Século | Maio de 1997

Na tarde do sábado 21 de dezembro do ano passado (1996), quando o dia  ia acabando, foi dado início à vergonhosa ação de derrubar a casa de D. Sílvia Galvão. Poucos dias depois, no Natal, a paz, que se buscara nas árvores, nos ares e nas casas, era subitamente magoada, quando os olhos de qualquer garanhuense que ama a terra, deparavam com o lugar da casa e, no lugar, os torrões, as pedras, lembrando os tempos da pré-história. Antes, em novembro, a casa de Ruber van der Linden tinha sido derrubada e, em protesto, a imprensa do Estado divulgou o crime consumado. Garanhuns ficara abalada, tão grande foi o tombo do "Castelinho". Pois, quando ainda se chorava a perda histórica, a ignorância escancarou os seus dedos sujos e, com a forte mão do poder e do peso do ouro, agrediu pesadamente a casa e o sentimento dos que amam. Os que amam não fazem estas coisas! Está lá, no lugar da casa, a casa vazia das suas paredes e do seu telhado. Mas continua lá... Como D. Sílvia e o não menos inesquecível Dr. Celso Galvão - duas vezes prefeito de Garanhuns - a casa azul (nunca mais amarela como era), azul ou da cor do ar. O ar tem cor, o horizonte, a poesia, o sentimento, a cultura... mas a ignorância, não! Esta só ostenta o que pode, o que pesa.

Garanhuns protesta e registra esta nódoa em sua história.

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