Imberbe ainda, pois completara, apenas, 15 anos, fiz parte, pela primeira vez, numa eleição. Estávamos nos primórdios da campanha chamada dantista. É que, dando começo a uma derrubada política no País, o marechal Hermes da Fonseca, na presidência da República, mandou para Pernambuco, em 1911, o general Emídio Dantas Barreto e fê-lo candidato ao Governo, contra o da então situação dominante no Estado, o senador Francisco de Assis Rosa e Silva, que obedecia à orientação política, do, também, senador José Gomes Pinheiro Machado.
Esse movimento, adredemente, arquitetado para a derrubada, passou a se chamar de "salvação do Brasil", que se dizia degradado e até apodrecido...
Muito embora jovem ainda, quase menino, como já acentuei, senti uma inevitável atração pela política. Não sei bem se porque já e esse tempo, me preparava, inconscientemente, para sofrer os amargores de cuja, para sentir, na carne, o crivo irresistível, sempre, dessa megera que, incipiente ainda, mas já de bote armado, assestava os seus dentes contra aquela minha "inconsciência". Ou porque queria prestar meus quase infantis serviços ao querido e parente Antônio da Silva Souto Filho, que chefiava a "salvação em Garanhuns", Canhotinho e Angelim.
Passei a tomar parte na campanha ao lado desse inolvidável amigo. Desde esse tempo (1911) resolvi acompanhá-lo, politicamente. Dele nunca me afastei um só milímetro. E isto o fiz, quase fetichistamente até o momento (junho de 1937) em que Deus o chamou para a sua última morada. A correção política, a lealdade que não tem limites ou fronteiras, a gratidão que se devota aos que nos fazem o bem, tudo isto foi sempre para mim, e é, ainda hoje um evangelho.
Fonte: Livro "Memórias Brancas" de Elpídio de Noronha Branco - 1963.
Foto: Elpídio de Noronha Branco.
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