sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Saudade II


José Hildeberto Martins | Garanhuns, 2006

Afecção, impetigo

que mata lentamente.

Passarinho que leva a ventura consigo,

zombando friamente.

Oásis de Mara,

sem vento, persistente,

Mar Morto de mágoa.

Saudade tem várias formalidades:

precisa, antes de tudo,

de passado e maioridade;

sobretudo, coração de luto

e amor perdido de verdade.

Céu cinza, porta-memória, 

canto do galo alta madrugada,

página virada da história;

diário coberto de teia,

réquiem, fundo do tempo,

coisa que a si mesmo lisonjeia.

Febre carrasca intermitente.

"Saudade - como diz o intérprete - 

bichinha danada..."

Cruel veneno, matando a gente.

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