José Hildeberto Martins | Garanhuns, 2006
Afecção, impetigo
que mata lentamente.
Passarinho que leva a ventura consigo,
zombando friamente.
Oásis de Mara,
sem vento, persistente,
Mar Morto de mágoa.
Saudade tem várias formalidades:
precisa, antes de tudo,
de passado e maioridade;
sobretudo, coração de luto
e amor perdido de verdade.
Céu cinza, porta-memória,
canto do galo alta madrugada,
página virada da história;
diário coberto de teia,
réquiem, fundo do tempo,
coisa que a si mesmo lisonjeia.
Febre carrasca intermitente.
"Saudade - como diz o intérprete -
bichinha danada..."
Cruel veneno, matando a gente.
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