Nesta época, o ex-deputado Osvaldo Lima Filho era Ministro da Agricultura de João Goulart e esteve muitas vezes em Garanhuns para dar o seu apoio ao professor Petrônio. Não adiantou, o eleitorado da terra das Sete Colinas deu provas de sua independência e elegeu o "matuto de São Pedro".
Segundo o depoimento de um vereador da década de 60, que acompanhou a vitória de Amílcar, já neste tempo pesou o prestígio do padre Adelmar da Mota Valença, o respeitado diretor do Colégio Diocesano, irmão do prefeito eleito. E olha que o religioso, nem se pronunciava.
Prefeito eleito com esmagadora maioria, Amílcar inovou na administração pública, dando uma atenção especial a área da educação. Criou o Colégio Municipal Padre Agobar Valença, construiu pontes, bueiras e abriu estradas em todo município, tendo construído ainda o Mercado 18 de Agosto, que leva esse nome em homenagem a data da eleição contra o professor Petrônio Fernandes.
O irmão do monsenhor Adelmar conseguiu também a instalação em Garanhuns da Faculdade de Formação de Professores junto ao governador Paulo Guerra.
Em 1963, para a Câmara Municipal, surgiram novos nomes na hoje denominada Casa Raimundo de Morais: Jaime Pinheiro, Ivo Amaral e José Inácio Rodrigues que conseguiram os seus primeiros mandatos.
O restante do Legislativo Municipal era composto dos seguintes nomes: Álvaro Brasileiro Vila Nova, Elias da Silva Barros, Hermínio Sampaio de Melo, João Bezerra Sobrinho, José Francisco dos Santos, José Guilherme da Rocha, professor Levino Epaminondas de França, Paulo Faustino de Albuquerque, Rafael Brasil Pereira e Luiz Firmino da Silva, este último do distrito de Miracica.
Quando Amílcar iniciou seu governo, O Brasil ainda vivia uma democracia. Mas eram tempos turbulentos, Miguel Arraes era tido como comunista em Pernambuco e João Goulart causava medo no centro do País, com o anúncio de suas "reformas de base".
O golpe militar de 1964, tirou do poder e exilou João Goulart e Arraes, extinguiu os tradicionais partidos, como o PSD, a UDN e o PTB, ao mesmo tempo criou a figura do bipartidarismo. Surgiram então o MDB e ARENA, legendas que durante as décadas seguintes iriam dividir a nação.
Governadores passaram a ser nomeados, mandatos de prefeitos foram prorrogados, e assim Amílcar da Mota Valença governou Garanhuns até o final de 1968, ainda tendo forças para eleger o seu sucessor, Luiz Souto Dourado, que derrotaria Aloísio Souto Pinto.
Fonte: Jornal Correio Sete Colinas, Garanhuns, maio de 2002.
Foto: Everardo Ribeiro Gueiros.
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