João Marques | Garanhuns
Na praça, a praça
feita de lembranças
e de graníticos tempos
a fonte e a estatuazinha nua
da menina que não cresce
e dos vizinhos que não partem
café Ítalo-Brasileiro
mais café que estrangeiro
ah, praça da poesia
Waldemir Maia Leite
anos todos de menino
depois, seu choro na praça
com as águas da fonte
e as lágrimas da menina
o mundo nesse mundo
de bancos e de flores
e quantos universos
por esses caminhozinhos
de água e de saudades...
foi praça Sérgio Loreto
agora praça de todo mundo
de Maria de Lourdes
Caldas Gouveia
sentada a infância
o retrato e seus irmãos
praça de tanta coisa
da Rua do Recife
que se foi com as manhãs
e o céu de antigamente.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.
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