Dr. Taylor nos primeiros anos de sua gestão iniciou a construção do prédio principal do Colégio, dotando os cursos secundários e o internato masculino de um razoável conforto para a época. Também deu condições para funcionamento do Curso Primário e construiu a residência para o Diretor. Taylor foi sem sombra de dúvidas o maior administrador do Colégio Quinze de Novembro, no que se refere ao crescimento material da instituição com a construção dos seus principais edifícios e como já dissemos a aquisição do grande terreno. Vale lembrar que até a chegada do Dr. Taylor, o Colégio funcionara vinte anos em instalações alugadas e por isso mesmo, inadequadas ao funcionamento pedagógico.
O marco principal do trabalho do Dr. Taylor seria registrado no dia 15 de novembro de 1928, quando foi lançada a "pedra fundamental" onde seria erigido o majestoso edifício. Alcione Reinaux Maia, então uma pequena menina, certo dia nos contou que a foi a festa mais linda que ela já havia presenciado no Colégio Quine, e que outra igual não se repetiu. Alcione Maia, minha irmã, teve a sua vida inteira de estudante ligada à vida do Colégio Quinze. Com ela as outras irmãs, Elizabeth, e Dinah estiveram sempre ativas em todas as ocasiões do curso que fizeram: "Guarda Livros". Ao lado os namorados Polion Gomes da Silva, que namorava com Dinah e Pedro da Silva Maia (Pedrinho), que namorava com Alcione. Ambos namoraram por mais de 10 anos, levando outro tanto tempo de noivado e finalmente casando-se e fazendo numerosa família. Polion com 12 filhos; Pedro Maia com 10. Quando em vida, "Alcione lembrava a festa, e nos contava: "No alicerce foram colocados publicações, como exemplares de "O Norte Evangélico" e "O Expositor", documentos outros e uma Bíblia". Os símbolos do protestantismo com a Bíblia, ali estava como base da imensa construção e também representando os fundamentos da instrução. "Cantamos muitos hinos e várias pessoas fizeram orações", completava as informações Alcione Maia, minha irmã, a quem reverencio a de quem tenho as mais gratas recordações.
Mas, o importante é que no mesmo dia 15 de novembro de 1929, portanto no ano seguinte os prédios eram inaugurados com festas ainda maiores. Moderno para a época da sua construção, o edifício de linha Neo-Clássicas sempre foi imponente. O perfil dele mesmo passou a marcar a paisagem de Garanhuns. Ficou familiar com suas linhas diante de centenas e centenas de alunos e professores que pelos seus corredores passaram na caminhada da educação e da formação. A fachada do Colégio, tão amada e tão querida, trazia a assinatura do seu grande idealizador e construtor: Dr. George W. Taylor.
Urbano Vitalino, co-autor destas linhas da História do Colégio Quinze, lembra com destaque que Dr. Taylor "não vislumbrou apenas o material e a edificação do Colégio. Deu de si tudo que foi possível". E logo seu irmão mais idoso, o médico Erasto Vitalino, lembra que ao Dr. Taylor, ninguém deve esquecer a sua dinâmica nos esportes do Colégio. Não só os esportes, como também as artes dramáticas.
Waldimir Maia Leite, o respeitado jornalista pernambucano, garanhuense de "quatro-costados", um dos mais entusiastas do Colégio Quinze, como ex-aluno, lembra muito bem o tempo do Dr. Taylor. Diz que o mestre estimulou as artes dramáticas, não apenas levando os alunos para um aprendizado teórico, mas sobretudo estimulando-os para o exercício das artes cênicas, com prática de declamação e de oratória. Do tempo de Waldimir, tendo Dr. Taylor como diretor foram também seus contemporâneos, seu irmão José Yaponan, suas tias Lindaura e Letícia, Alcione, Bety, Dinah, Erasto, Polion, Mozart Souto, Beneon, Ozires e os irmãos Pinto, Ivan e Ivaldo, filhos de Anísio ou de Arnóbio Pinto.
Dr. Taylor ficaria na direção do Colégio até o final do ano de 1935, poucos dias antes do seu falecimento que se deu no dia 1º de janeiro do ano seguinte: 1936. Volta à direção do Colégio, o já avançado na idade, Reverendo Dr. William Thompson, permanecendo na posição maior até o ano de 1938. Vale lembrar que durante muitos anos, o Dr. Thompson foi o criador e mantenedor do jornal evangélico "O Expositor", que ficou conhecido em todo o Brasil, sendo adotado como revista de Escola Dominical, com preciosas lições e sermões inigualáveis. A vida do Colégio continuava. Viria o grande detentor da cultura larga e versátil: Dr. Walter Swetnam.
Dr. Walter Swetnam teve um papel importante no Colégio Quinze, que foi a luta pelo reconhecimento oficial do estabelecimento. Foi uma grande figura, que as páginas do Colégio registra com alegria.
*Marcilio Reinaux / Escritor, advogado, pintor e historiador / Texto transcrito do jornal O Monitor de 17 de agosto de 1985.
Nenhum comentário:
Postar um comentário