Ivo Tinô do Amaral, governador Moura Cavalcanti e Amílcar da Mota Valença |
A fama de Amílcar como bom criador de Galo de Campina chegou até ao Governador Moura Cavalcanti
O meu pai Amílcar Valença era um excelente criador de Galos de Campina e possuía os melhores pássaros da Região adquirindo através de compra ou presenteado pelos amigos. O terraço de nossa casa na Vila de São Pedro era repleto de gaiolas. Na fazenda tinha um tirador de Leite de nome Emídio que gostava de capturar Galos de Campinas que procuravam refúgio numa plantação de Algarobas de quase um hectare que ficava nos fundos de nossa residência. Como exímio conhecedor sabia distinguir os pássaros machos das fêmeas. Sua distração e até renda era capturar os Galos de Campinas colocando umas iscas com milho triturado. Tendo capturado uma fêmea fez um sinal cortando uma ponta da calda. Outra observação foi que quando os seus parceiros eram apanhados dias depois ela retornava com um novo companheiro. Emídio nas horas vagas ficava observando quais eram os Galos de Campina que tinham o canto limpo e os melhores entregava para a coleção de Papai. Os outros eram vendidos.
A fama de Amílcar como bom criador de Galo de Campina chegou até ao Governador Moura Cavalcanti, que também era apaixonado criador daqueles pássaros. E num certo dia chega na nossa Fazenda dizendo que compraria por qualquer preço o Galo de Campina mais famoso. Papai disse que o pássaro seria um presente e que o Governador ficasse a vontade para escolher entre os dois melhores. Moura Cavalcanti depois de ouvir atentamente as cantorias dos Campeões, levou o Galo de Campina para o Palácio onde ficou em local de destaque e sempre se gabava de ter o melhor Galo de Campina de Pernambuco. Só que o Governador era um grande líder Político, mas não soube escolher o melhor pássaro deixando o campeão no terraço da Fazenda na Vila de São Pedro.
* Pedro Jorge Silvestre Valença é escritor, economista e pecuarista.
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