Lia romances, às vezes impróprios, emprestados alguns por uma certa senhora que morava perto; um dia, meu pai, com razão, brigou, mas fiquei lendo escondido. Quando morriam pessoas importantes, nos enterros, sempre a Banda de Música tocava a Marcha Fúnebre de Chopin, o cemitério era perto e a gente chegava logo. Gostava de viajar para São Pedro, sempre a pé. Já no domingo, depois da missa da madrugada, e voltava à tarde, ou, quase sempre, na segunda-feira de madrugada. Lá, numa vereda quase fechada pelo mato alto, vi uma cascavel, língua de fora, em pé, a um metro de mim, pronta para o bote; recuei e, desesperado, fugi, salvando-me por um milagre. Às vezes, ficava lá nos domingos e meu pai ficava aqui. Numa dessas viagens, saí de lá às 3 da madrugada; havia um trecho longo sem casa de espécie alguma; no Papa-Terra, encontrei o meu pai que ia a cavalo; tomei a bênção e segui meu caminho. Na outra semana, ele disse a minha mãe que vira, atrás de mim, um cachorro grande. Ela reclamou porque ele não voltara para me avisar. Mas ele, inteligente como era, respondeu: "Se Adelmar não tem medo de viajar, sozinho, naquelas estradas escuras, não há de ter medo um cachorro atrás dele!" Quando minha mãe me disse isso, fiquei vaidoso e a coragem aumentou muito mais, graças a Deus! Em junho, empreguei-me, ganhando 30$000 por mês, na mercearia do Sr. Pires, onde, anteriormente, eu tinha trabalhando aos sábados. Mercearia pequena, mas de grande movimento, trabalhava excessivamente, sobretudo aos sábados. Fonte:
O Diocesano de Garanhuns e Mons. Adelmar de Corpo e Alma / Manoel Neto Teixeira 1994.
Foto: Padre Adelmar ainda jovem.
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