sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Jornalista Luís Schettini

[Garanhuns] - Seguindo o exemplo do seu genitor, tornou-se comerciante, estabelecendo-se com uma padaria no bairro da Boa Vista. Seu pai Miguel, italiano, já na primeira década deste século (XX) se instalara em Garanhuns, com uma  panificadora.

Mas, Luís Schettini tinha outros sonhos. Um deles, como todo jovem, fugir para as peladas. Fundador e vice-presidente do América Futebol Clube nos períodos 1930/1931 a 1931/1932. Depois no São Cristóvão Sport Clube. Em 1933, vice-presidente da Sociedade Beneficente dos Proprietários de Padaria. Em colaboração com Jasselli na Sociedade de Cultura, no cargo de Tesoureiro; Em 1935 penetra no jornalismo. Inicialmente no Diário de Garanhuns, colaborando e, inclusive no cargo de diretor. Em 1938 como redator-chefe. Em abril, citado ano, escreve: "No campo de lutas da imprensa de Garanhuns, surge, hoje, o Garanhuns-Diário. Jornal modesto, elaborado às custas do esforço de dois amigos desta terra, ele se propõe trabalhar pelo seu progresso e engrandecimento na ânsia de vê-la crescer e subir". E termina o artigo:  "E nós estamos certos de que o povo de Garanhuns saberá corresponder ao nosso esforço, amparando o "Diário", que  não é unicamente nosso, é seu". O título de suas crônicas "Não Leia", não teve muita duração. Mudou-o para "Sandices", por sugestão de seu amigo Dr. Osvaldo Gouveia, médico sanitarista do Posto de Higiene.

De Luís Schettini diz JCR, em seus desenhos animados: "Luis Schettini ocupa, na turbulenta e heterogênea família jornalística de Garanhuns, um lugar indisputável e áspero - o de gramático. Cacógrafo de raiz, não lhe invejo nem lhe admiro esta tendência para policial dos pronomes.

Os gramáticos aparecem aos meus olhos como uma espécie zoológica desaparecida. São os megatérios das belas letras".

Após outras considerações, JCR termina: - Luís Schettini conquistou aqui as suas esporas de ouro de gramático, sem  pugnas, sem sangue, e sem canseiras. Faz gramática como aquele Mr. Jourdain do malicioso Moliére fazia prosa - sem o saber".

Luís Schettini casou-se com Luiza Bastos e foi residir no Rio de Janeiro, onde fundou um colégio no bairro do Meyer. Os filhos foram três. (Fonte: Os Aldeões de Garanhuns - Alberto da Silva Rêgo - 1987).

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