quarta-feira, 23 de agosto de 2023

João Bezerra

Grandes Vultos de Garanhuns - Estamos assumindo o papel histórico de falar pelos que não têm voz.  Só que eles estão em constante evolução. Certas dificuldades do nosso mundo já não sofrem mais. Esse condicionamento não se lhes impõem e nem determina os seus conceitos. As normas existem. Esse elemento moral é o contexto de muitas vidas em ascensão. As fórmulas gastas não existem. Tudo se renova de acordo com a frequência vibratória. Basta que  a modulação mental não se perturbe. Que recordações tristes não venham proporcionar regressão de  memória. Nestas condições, não devemos apontar erros. Os erros devem ser vistos por todos os que  querem vê-los. O importante é aceitá-los de frente, antes que se transformem em problemas de difíceis soluções. Uma vez admitida esta hipótese, o conhecimento espiritual coloca-se em termos novos. Nossos pensamentos buscam em todos os sentidos definição exata. Isto, porque nem toda definição humana é exata. O homem sempre tem o prazer de se afirmar, quando isto implica em necessidade. Todos nós somos condicionados a evoluir. A evolução é a lei maior. Ela funciona como reguladora da conduta do espírito no  tempo e no espaço. Não podemos conhecer o tempo senão sob condição de distinguir nele momentos diferentes. Não é tempo no sentido de posse, o meu e o nosso tempo. Isto é muito vulgar. É o tempo tal como é objetivamente pensado por todos os  homens de uma mesma civilização. As divisões em dias, semanas, meses e anos, correspondem à periodicidade dos ritos, das festas, das cerimônias públicas. Um calendário exprime o  ritmo da atividade coletiva e ao mesmo tempo, que tem por fruição assegurar sua regularidade. O mesmo acontece com o  espaço, que não é este meio vago indeterminando conforme imaginou Kant. É  algo homogêneo como o  pensamento positivo. Mostra que o espírito liberto prossegue nos empenhos depuradores buscando novas lutas na carne onde o seu novo aprendizado se  enfatiza.

João Bezerra Sobrinho filho de Paranatama (antiga e tradicional Serrinha). Chefe político de grande prestígio em toda a região territorial do Sétimo Distrito de Garanhuns. Procurou sempre ampliar as suas possibilidades no  sentido de bem servir a comunidade. Era no agreste um misto de agricultor, fazendeiro e comerciante. A sua casa comercial era  em "Serrinha" um empório de tecidos. O seu movimento comercial era de  largas proporções. Logo cedo fora indicado para o exercício do alto cargo de Juiz Distrital. Neste mister, a sua dignidade maior, sem dúvida, foi o chamado decoro do cargo.

Depois ingressou no campo da política e foi um líder  natural. Comandou homens e os conduzia pelos caminhos do progresso de sua gleba. Como vereador comportou-se muito bem. Democrata na verdadeira expressão. O respeito ao direito de  escolha e de opinião dos  seus opositores era a sua temática mais comovente. Muitas vezes participando de concentração política em oposição à sua. Antes e depois dos comícios éramos fidalgamente recebidos em sua residência. Aquela figura ímpar de anfitrião nos  cercava de cavalheirismo e fidalguia. No exercício do  seu mandato agiu corretamente. Sempre digno em todas as suas atividades. Nos setores da administração de sua vida pública foi um penhor de ordenamento político, social e econômico do  heroico povo da sua "Paranatama". Assim se  conduziu até o fim de sua  vida pública - porque em  todos os memoráveis pleitos sempre se elegeu. Os  seus correligionários da  UDN, na Câmara eram muito contundentes e impiedosos. João Bezerra mantinha-se sempre em  silêncio. No seu segundo mandato optou pela  bancada liderada pela habilidade do grande pessedista Fausto Souto Maior. Daí por diante, foi um prócer político que desenvolveu a sublime faculdade de escutar. 

Éramos bons amigos. Entre nós havia admiração e respeito mútuos. faleceu ainda capaz de servir ao povo da sua adorada "Serrinha". A sua morte foi sentida por todos.

João Bezerra Sobrinho. Político de renome e seu retrato deve constar na Galeria dos  homens públicos da nossa Garanhuns. O seu  comportamento como cidadão da comunidade, foi pontilhado de exemplo e dignidade. É um dos vultos da  nossa cidade, cuja memória deve ser lembrada com muita saudade.

*Dr. José Francisco de Souza / Advogado, jornalista e historiador / Garanhuns, 13 de outubro de 1979.

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