sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Ivo Amaral: O modernizador de Garanhuns

Ivo Tinô do Amaral

Marcílio Reinaux*

Nossa querida Garanhuns "Cidade das Sete Colinas" teve e tem tido prefeitos satisfatórios, como sempre, uns bons e outros nem tanto. Porém a historiografia da Terra de Simôa Gomes, dentre aqueles que ocuparam o Palácio Celso Galvão, Ivo Amaral (foto), por duas vezes iniciou o processo de embelezamento da urbe, na busca da modernização da cidade sempre chamada de 'Suíça Pernambucana". Eleito prefeito pela primeira vez em 1976, disparou a partir de 1977 uma verdadeira "revolução" no município do clima maravilhoso, tanto na parte gerencial, no que  tange aos aspectos técnico-administrativos, como na implementação de um governo voltado para mudanças, todas na busca da melhoria das condições de vida dos garanhuenses. Ações e aspectos físicos, culturais e sociais foram detidamente tratados, estudados e postos em prática.

Na primeira administração, que prosseguiu até 1982, Ivo Amaral deu nova feição à vocação turística de Garanhuns, à época ainda incipiente. Com uma natureza dadivosa as condições mínimas já existiam como: o clima, a água excelente, a topografia privilegiada com colinas verdejantes. Uma razoável rede hoteleira e uma natural "arte de bem receber" do nosso povo, completavam os propósitos de Ivo Amaral. Ruas, avenidas mais tratadas, parques como o "Pau Pombo" e dos "Eucaliptos", além de algumas praças foram revigoradas, modernizadas, completando-se com asfaltamento de artérias vitais. A iluminação também foi cuidada. Via-se, contudo, uma mudança célere no plantio de flores, jardins e árvores que se tornavam mais belos e que deram novo colorido ambiental.

Obras de pedra e cimento, calçando ou pavimentando ruas, edificando prédios públicos, suprindo núcleos carentes de água, luz e outros benefícios, enfim outras obras públicas. Tudo isso Ivo Amaral  fez. Esta sempre são ações municipalistas da maioria das administrações, sejam com menor intensidade, sejam outra com maior impacto. Mas o que  diferencia administrações municipais são a capacidade gerencial do administrador, a vocação política e  a sua visão empreendedora de tornar a "sua terra", moderna a atualizada sem deixar que a poeira dos anos cubra suas ações. Ivo Amaral foi assim: um administrador que dispensou as ações comuns e implementou a marca do modernismo da cidade.

Deputado estadual em duas legislaturas, deixa a sua vocação de administrador do Executivo - por um tempo - para exercitar ainda a sua verve política, agora no Poder Legislativo do Estado. Suas atenções ficam voltadas para o bem estar de Garanhuns e da Região, até 1989, quando volta a ocupar a cadeira de prefeito. Experiência política armazenada já da firme caminhada, requisita parte da sua antiga equipe e mais uma vez comanda os destinos da "Enevoada Pérola Fugidia": Garanhuns. Exercita a criatividade administrativa de empreendedor, modernizador e "Gerente da Coisa Pública" e cria o "Relógio das Flores", em 1981 o mais consagrado cartão de visita da cidade. Dentre tantas ações, porém, o Festival de Inverno, criado em boa hora (1991), tornou-se a mais ousada gestão que fomentou o turismo no município. Este é um feito inapagável cravado na História de Garanhuns. Reconhecido, Ivo Amaral recebeu o "Prêmio Anum de Ouro" do aludido festival.

Agraciado muitas vezes pelos seus feitos, reconhecido como respeitado homem público, contabiliza outorgas como: as distinções "Medalha Luiz Souto Dourado" e a "Medalha de Mérito Oswaldo Ferreira" da Câmara Municipal de Garanhuns. Deputado estadual, vereador, vice-prefeito e duas vezes prefeito, pelo que consignou à terra e ao seu povo, sem exageros,  mas no exercício do mérito, com certeza podemos chamá-lo: "Ivo Amaral, o modernizador de Garanhuns".

*O professor Marcílio Lins Reinaux é cerimonialista, mestre de cerimônias, fundador e Presidente da Academia Brasileira de Cerimonial e protocolo – ABCP. Professor de história da Arte (aposentado) da Universidade Federal de Pernambuco. Historiador, pesquisador e escritor, tendo 32 livros publicados, dos quais seis são prêmios literários de diversas instituições culturais de Pernambuco e cinco tratam dos assuntos de cerimonial. É relações públicas, fundador do Conselho Federal de Relações Públicas, advogado e jornalista.

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