João Marques*
Respira comigo o mundo
e sinto o hálito das coisas
a respiração do movimento
o sopro do azul
o cansaço dos edifícios
e a frouxidão das ruas
estendo os passos
livres e flutuantes
do meu ser de vento
e dos pés de espaço
eu me misturo aos caminhos
e vou meio suspeito
me fazendo o mundo
com domínio da existência
e da alma plural
igualzinha ao vento.
NOTA - poema pela fluidez do aproximar dos meus 83 anos... continuo cada vez mais etéreo.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou três livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio e Messes do azul.
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