Eurico Alves Monteiro

Grandes Vultos de Garanhuns - O homem que mergulha dentro de si mesmo vive em contato com as suas origens. Emergindo desse sentimento encontra a estabilidade em  seus atos. Até certo ponto sente-se livre das frustações. Seus impulsos não extrapolam a sua capacidade de discernir. O sentimento de culpa não domina o seu  mundo interior. Contrariedades sempre foram objetos das causas e efeitos. São problemas em busca de solução.

De acordo com o desempenho de cada um, todos são capazes e dignos de si mesmo. Ninguém pode ter um projeto de vida moral e social, semelhante aos dos outros. O homem é único em si mesmo. O seu universo é a sua proteção. Para tanto, tem, que se minorar um pouco a competição. As comunidades precisam de entendimento, relacionar-se bem é um dos atributos altamente qualificado. Muitas coisas têm de ser renunciadas. Especialmente as que possessivamente são retidas em proveito próprio. Não é fácil. Elas estão muito arraigadas em o nosso universo. Nem sempre conseguimos encontrar palavras adequadas, para qualificá-las. A  nossa mente, nesse sentido, é muito pontilhada de  dúvidas. Procura sempre ocultar a mensagem do  pensamento, procura sempre pretexto para tudo. O personagem de hoje foi muito decisivo no exercício de suas atividades. A sua  condição econômica e  financeira foi muito equilibrada desde sua juventude.

Eurico Alves Monteiro - Iniciou a sua vida como proprietário de uma fazenda muito bem organizada. Situada nos arredores do nosso Município. Mais ou menos 6 quilômetros da cidade. Vacaria e  muito leite. Depois estabeleceu-se e foi um dos grandes comerciantes. A sua casa comercial era bem organizada. Manteve-se com dignidade ao lado de seus  congêneres. Progrediu e tornou-se em exemplo. Probo, honesto, trabalhador e honrado. Fez parte da Associação Comercial, cuja atividade foi muito destacada. A sua conduta psicológica era de um homem  equilibrado. Sabia conservar as boas amizades. Respeitador e cerimonioso. Espírito franco e solícito no desempenho de suas funções. Sempre viveu aqui cercado de um bom número de amigos. Um dos elementos de destaque da tradicional família Monteiro.  Não era portador de títulos universitários. Aprendeu bastante para vida em relação. Casou-se, já no limiar da idade, da razão. Pai de muitos filhos hoje bem situados no sentido social e  econômico. Todos estudaram no Colégio XV de Novembro. Outros cursaram Faculdade de Odontologia e Direito e vivem no exercício pleno de suas profissões.

Eurico Alves Monteira, figura de alto porte moral e social. Seus pais eram portugueses. Aqui  se estabeleceram e contribuíram eficazmente para o desenvolvimento da nossa encantadora cidade, terra do Magano. Foi uma escola de trabalhos onde aprendeu a respeitar aos seus  semelhantes. Logo cedo sentira que deveria vencer na  vida com honestidade. De início, fazendeiro, pecuarista, e amou a paisagem pitoresca da nossa gleba. O sentimento telúrico lhe  foi muito acentuado. Amou de alma e coração a Terra de Simôa Gomes. Sentindo o convite de seu mundo interior, ingressou na Igreja Batista dessa cidade, e foi  um cultor das letras. A Bíblia, e seus ensinamentos foi a sua regra de fé e prática.

Eurico Alves Monteiro, foi nosso amigo e admirado. Pertencia ao  nosso corpo de jurados.  Foi sem dúvida, um dos vultos da terra das flores.

*Dr. José Francisco de Souza / Advogado, jornalista e historiador / Garanhuns, 28 de junho de 1980.