Dr. Morse Sarmento Pereira de Lyra

Dr. José Francisco de Souza*

Grandes Vultos de Garanhuns -  Exerceu suas atividades profissionais aqui na terra de Simôa Gomes. Sua vida foi pontilhada de muita virtude. Foi bom advogado, sabia dialogar com o segredo de sua profissão. Dominava facilmente vários ramos do direito público e privado. Ao seu lado militavam no Fórum local, homens de cultura jurídica incontestável: João Domingos da Fonseca, Erasmo Peixoto, Ivo Júnior, Osvaldo Gadelha e Hibernon Vanderley.

Os debates no plenário do júri tomavam proporções de alto nível. Argumentos fortes e bem fundamentados. Bem feito jogo de raciocínio em que a dialética era  esmagadora. Todos muito, bem dispostos na  tribuna imprimiam admiração e respeito. Hoje é muito diferente... Para ele a lei existia para defesa do bem comum. Defensor intransigente das liberdades humanas. No campo intelectual lia muito os mestres da Filosofia do Direito e os expoentes da literatura universal.. Gostava dos clássicos nacionais e  lusitanos. Opinava sempre sobre política e jornalismo. Sempre solícito e amigo dos que começavam na tarimba do jornal. Nesse sentido podemos falar de cátedra. Foi nosso contemporâneo e amigo. Através do Diário de Garanhuns, escreveu artigos que não agradou aos então ditadores da opinião pública. E por isto respondeu processo por crime de imprensa. Submetido a julgamento foi absolvido por unanimidade. O júri foi um acontecimento inusitado. E Garanhuns foi a pioneira. Por esta circunstância o Diário de Garanhuns, passou a circular com o nome Garanhuns Diário. Participou de quase todos os movimentos intelectuais da nossa terra. Também foi  desportista, jogava pelo Esporte Clube de Garanhuns. Os seus irmãos Mário Lyra e Antônio Lyra, nosso dileto amigo, defendiam as  cores do Comércio Esporte Clube.

Dr. Morse Sarmento Pereira de Lyra - notável causídico e jornalista de talento. Autêntico homem público, democrata por vocação. Amigo dos estudantes, foi por muitos anos nesta cidade, Inspetor Federal nos Colégios Diocesano e 15 de Novembro. Deixou filhos e netos, todos bem situados na vida, advogados e altos funcionários. Por motivos determinados pela  sua profissão de advogado, passou a residir na capital do Estado. Foi um dos mais destacados vultos de nossa cidade, cuja memória será sempre lembrada pelos amigos que lutam pela beleza da encantadora terra das flores. Faleceu em julho de 1981.

*Advogado, jornalista e historiador / Garanhuns, 18 de Julho de 1981.