João Marques* | Garanhuns
Nuvens dos meus olhos
suspensas, saltando o azul...
que brancuras inquietas!
etéreos sítios e formas
de encantamentos esparsos
vejo um pássaro
com as asas distendidas
e o bico longe do bico
uma nesga meio branca
mais abaixo do pescoço
o outro é um homem grande
perdendo pernas e braços
olhos pelos buracos
duas barrigas surgindo
paragens vindas das águas
e dos ventos e dos montes
e do meu tempo de menino
pedaços do mundo vistos
feitos aos ares e feitos
para chover no chão
nuvens que são o teto
dos campos e do vasto
como é a vida em passagens
refeitas, e não acabam
perpétuas gotas do mar.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro
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