quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Antonio de Andrade Melo

Começo o artigo parafraseando  antigo adágio popular: "quem foi rei sempre é majestade", daí o título que continuo atribuindo a Antonio de Andrade Melo, testemunha ocular da história política de Garanhuns antigo, quando Brejão ainda se compunha administrativamente no município.

Seguidor da orientação do prefeito José Inácio, do deputado constituinte José Tinoco, e do senador Marco Maciel (1987), o meu perfilado pontifica diariamente no plenário popular do "Senadinho", presidido pelo comerciante Neilto Costa Ferro, um bom-conselhense com raízes fincadas na cidade das Sete Colinas.

Funcionário municipal aposentado como fiscal-geral, Antonio iniciou-se na  vida pública como oficial de gabinete do prefeito José Henrique Wanderley, no período de transição da ditadura Vargas para a reconstitucionalização verificada com a Carta-Magna de 1946 de que Agamenon Magalhães foi signatário.

Não sei com exatidão se o Coronel Américo Ferreira de Mello foi seu pai ou seu avô, mas  posso afirmar que José Augusto Pinto, o famoso coronel Zé Pinto de Brejão, foi o seu padrinho de batismo e na política,  mesmo quando a fazia nas hostes do Coronel Figueira, fundador da UDN em Garanhuns. Contudo o padrinho sabia de sobra que o afilhado era um pessedista de quatro costados, fiel discípulo de Agamenon, frequentador assíduo do Palácio das Princesas desde quando foi vereador na famosa Câmara Municipal de 1947, e legislaturas seguintes.

O governador não recebe derrotados esse foi o recado que Agamenon, através de Antonio e de Godofredo Barros, mandou a ao PSD de Garanhuns, quando o diretório perfilou-se intransigentemente na candidatura de Lula Branco, e uma ala dissidente, frustrada a candidatura do meu pai, compôs a "Aliança  Democrática" como o Coronel Figueira para vice e Celso Galvão para prefeito constitucional.

Antonio Andrade na mocidade foi um orador fluente e relembrava com precisão trechos inteiros dos discursos que proferia nos comícios e na tribuna da Câmara

*Rinaldo Souto Maior | Jornalista, cronista e historiador | São Paulo, 18 de Abril de 1987.

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