Em 1954 bacharelou-se em ciências econômicas pela Universidade da Bahia, realizando posteriormente o curso de desenvolvimento econômico das Nações Unidas, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Transferindo-se para Fortaleza, tornou-se ainda em 1954 economista do Banco do Nordeste do Brasil, atuando no departamento de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene). Em 1956 participou do programa de treinamento do Banco Mundial, em Washington, e passou a chefiar o Etene. Em 1958 fez o curso de projetos de desenvolvimento econômico da Universidade do Ceará e, no ano seguinte, deixou a chefia do Etene, participando do programa de crédito agrícola da Farmer Credit Administration e da Universidade de Purdue, em Indiana (EUA).
Em 1960 iniciou o curso de pós-graduação em política econômica na Universidade George Washington, na capital dos Estados Unidos. Ali exerceu, a partir de janeiro, as funções de economista da União Pan-Americana. Em junho seguinte transferiu-se para o Peru, onde assumiu a chefia da missão de integração do Peru Central, permanecendo nesse país até fevereiro de 1961. Ainda nesse último ano concluiu seu curso de pós-graduação e ingressou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, o qual representou na Conferência das Nações Unidas sobre Bacias de Rios Internacionais, realizada em Vancouver (Canadá), em 1961. Em 1964 tornou-se assessor-adjunto de programas da presidência do BID e, de janeiro a junho de 1966, exerceu o cargo de subdiretor da divisão de empréstimos para a América do Sul. Como membro do BID, chefiou diversas missões a países da América Latina e da Europa, e lecionou em cursos promovidos pelo banco no México e em Washington.
Em junho de 1966, nomeado pelo presidente Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967), assumiu a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em substituição a João Gonçalves de Sousa, que fôra nomeado para o Ministério do Interior. Em dezembro desse mesmo ano - quando o aumento dos salários do funcionalismo federal pressionou os limites do orçamento do governo para o exercício de 1967 - foi chamado ao Rio de Janeiro pelo ministro da Fazenda Otávio Gouveia de Bulhões (1964-1967), que pretendia realocar parte dos incentivos concedidos à Sudene, quer escriturando os recursos provenientes do artigo 34 da Constituição (depositados no Banco do Nordeste) como receita da União, quer reduzindo à metade os incentivos fiscais concedidos ao órgão. Considerando as duas propostas prejudiciais ao Nordeste, Rubens Costa legou a decisão ao presidente Castelo Branco, argumentando que a Sudene não tinha recursos ociosos, passíveis de serem desviados de suas funções originais. A aceitação desse argumento pelo presidente favoreceu a Sudene, impedindo o desvio dos recursos do órgão para outros fins. Vitorioso, retornou a seu posto em Recife para implementar o plano diretor da Sudene para o biênio 1967-1968. Em abril de 1967 deixou a superintendência, substituído por Fernando de Oliveira Mota, para assumir a presidência do Banco do Nordeste do Brasil, cargo para o qual fôra nomeado pelo recém-empossado presidente da República, Artur da Costa e Silva (1967-1969).
Nesse ano e em 1968 integrou as delegações brasileiras às reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Ainda em 1968, presidiu a delegação brasileira à reunião para a constituição da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento, realizada em Washington, instituição que presidiu até 1969. Nesse último ano, representou o governo brasileiro no conselho consultivo do Instituto para a Integração da América Latina (Intal) e foi membro da delegação brasileira à reunião de diretores do BID, realizada na Guatemala. Em 1970, participou do comitê organizador da Conferência Regional Latino-Americana de População e integrou os grupos de trabalho organizados pelo BID: o que encaminhou o problema das exportações latino-americanas e o que reviu o programa do Instituto Latino-Americano de Planejamento Econômico e Social.
Em junho de 1971 foi nomeado presidente do Banco Nacional de Habitação (BNH) pelo presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), em substituição a Mário Trindade (1966-1971). Como presidente do BNH, implantou o sistema SAC, pelo qual foi adotado o mecanismo de cobrança decrescente das prestações dos financiamentos e, em março de 1972, autorizou a utilização dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra da casa própria. Participou em 1972, como delegado brasileiro, da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Meio Ambiente. Deixou a presidência do BNH ao final do governo do presidente Médici, em março de 1974, sendo substituído por Maurício Schulman.
Em 1976 foi diretor da Cimento Nacional de Minas (Ciminas) e membro do conselho técnico da Confederação Nacional do Comércio, tornando-se posteriormente diretor da Abril Cultural e Industrial de São Paulo. Segundo o Jornal do Brasil (31/5/1978), foi escolhido suplente do senador indireto por Pernambuco, Aderbal Jurema. Segundo outro número do mesmo jornal (1/8/1978), Rubens Costa afirmou, em palestra proferida na Escola Superior de Guerra (ESG) durante o curso de extensão sobre distribuição de renda, que “a parcela mais rica da população absorvia maior fatia da renda nacional naquele momento do que o fazia na década de 1960, acontecendo o inverso com os setores mais pobres". A seu ver, tal situação, que só poderia mudar a longo prazo e com o aumento da produção, era consequência do tipo de política desenvolvimentista adotada pelo governo, política de cunho impopular, tendente a dar privilégios, vantagens e subsídios à classe empresarial. Comparando a situação do país à situação internacional, declarou ainda ser a concentração de renda no Brasil maior que nos países industrializados que, por sua vez, estavam longe de ter uma distribuição igualitária. Em artigo publicado na revista Veja (27/9/1978), defendeu a implantação de programas de planejamento familiar e de controle da natalidade como forma de melhorar o nível de vida e de consumo da população brasileira.
Em março de 1979 foi nomeado secretário de Planejamento do governo de São Paulo, na gestão de Paulo Maluf (1979-1982), função que exerceu até março de 1982. No ano seguinte assumiu a presidência da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), permanecendo no cargo até 1985, tornando-se então gerente de operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington. Ao deixar o BID, em 1989, foi nomeado secretário da Fazenda e Planejamento da Bahia, na gestão de Valdir Pires (1987-1989). À frente da pasta, foi presidente do conselho de administração do Banco do Estado da Bahia e membro do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
Deixou a secretaria no início de 1990 para ocupar, em março, o cargo de secretário nacional de Energia, em Brasília, por ocasião da reforma ministerial empreendida pelo presidente Fernando Collor de Melo (1990-1992), que reduziu o número de ministérios, extinguindo, entre outros, o das Minas e Energia, cujas atribuições foram integradas às do Ministério da Infra-Estrutura, então criado. Como secretário de Energia, foi membro do conselho de administração de Itaipu-Binacional e presidente dos conselhos de administração de Furnas Centrais Elétricas, da Eletrobrás e da Chesf. Deixou o cargo em 1991.
Em 1993, de volta para o BID, participou do grupo de trabalho encarregado de propor uma reorganização do departamento de Operações daquela instituição. Em 1995, passou a ocupar a presidência do conselho de administração da Energy Capital Holding Company, localizada na capital americana. Quatro anos depois, tornou-se consultor em comércio eletrônico do BID, com a tarefa de elaborar relatório com recomendações sobre possíveis linhas de ação para fomentar o comércio eletrônico nos países da América Latina e do Caribe.
Foi presidente da Cooperativa Federal de Crédito e membro do conselho do Projeto Rondon, do Conselho Monetário Nacional, do conselho consultivo da APEC Editores, do conselho de curadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco, do conselho superior da Fundação para o Desenvolvimento da Bahia, do comitê diretor do Projeto Latino-Americano do Instituto Atlântico e do conselho consultivo da Sociedade de Desenvolvimento Internacional. Foi ainda membro da American Economic Association, da International Bankers Association, da Ordem dos Economistas do Ceará e de Pernambuco, e da Associação Cearense de Imprensa.
Casou-se com Iva de Albuquerque Costa, com quem teve quatro filhos.
Publicou: A festa do Nordeste, A redução da ajuda ao Nordeste - paradoxo incompreensível, O papel do administrador no processo desenvolvimentista, Necessidade de uma política populacional como parte da política de desenvolvimento, The economic development of Brazil - the role of agriculture and industry, Incentivos fiscais - mola do desenvolvimento do Nordeste, A economia do Nordeste e o desenvolvimento nacional, O que o Nordeste espera de São Paulo, Avaliação financeira do sistema de incentivos fiscais no Nordeste, A missão da Igreja na construção do mundo de hoje, O orçamento como instrumento de desenvolvimento econômico e social, A corrida tecnológica e os países subdesenvolvidos, Population growth and economic development - the brazilian case, Finantial evolution of the fiscal incentives system in the Northeast, O desenvolvimento regional no Brasil e no mundo, Equilíbrio entre setor privado e iniciativa governamental, Desenvolvimento agrícola: realidade histórica e especulações futurísticas, Da utilidade da futurologia e das lições que poderíamos aprender, O desenvolvimento do Nordeste: década de 60 e perspectivas da década de 70, A explosão demográfica e sua influência no desenvolvimento econômico do Brasil, Notas sobre a formulação de uma política eficiente de emprego, Crescimento urbano acelerado - desafio da década de 70, Desenvolvimento e crescimento urbano no Brasil e A colaboração dos bancos na solução dos problemas do desenvolvimento urbano.
Formação Universitária
Bacharel em Ciências Econômicas e Sociais – Universidade Federal da Bahia – 1954
Mestrado em Política Econômica – George Washington University – Washington DC – 1962
Doutor Honoris Causa – Universidade Regional de Campina Grande – PB – 1967
Doutor Honoris Causa – Universidade Federal do Ceará – Fortaleza – CE – 1973
Programa de Treinamento em Desenvolvimento Econômico – Banco Mundial – Washington – 19556
Cargos
Subgerente da Filial da Companhia Industrial e Comercial Brasileira de Produtos Alimentares – Produtos Nestlé – Recife – PE – 1945-1954
Banco do Nordeste do Brasil S.A. – Chefe do Departamento de Estudos do Nordeste – ETENE – 1954-1959
Organização dos Estados Americano – OEA – Washington – DC – Departamento Econômico – Estudo de Desenvolvimento do Peru Central – Washington e Lima 1960 – 1961
Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID – Washington – DC – Subdiretor da Divisão de Empréstimo Sul – 1961 – 1966
Superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE – 1966-1967
Presidente do Banco do Nordeste do Brasil – Fortaleza – 1967 – 1971
Presidente do Banco Nacional da Habitação – BNH – Rio de Janeiro – 1971 – 1974
Vice-presidente de Finanças do Grupo Abril – São Paulo – 1974 – 1979
Secretário de Economia e Planejamento – do Governo do Estado de São Paulo – 1979 – 1982
Presidente da RVC Consultoria, Participações e Negócios Ltda – São Paulo – 1982 – 1983
Presidente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco – CHESF – Recife – 1982 – 1985
Gerente de Operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento –Washington – DC – 1985 – 1989
Secretário de Finanças e Secretário de Planejamento do Governo do Estado da Bahia- 1989 – 1990
Secretário Nacional de Energia (Ministério da Infra-estrutura) e Ministro Interino da Infra-estrutura – Brasília – 1990 – 1991
Consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento – 1992
1º. Suplente de Senador por Pernambuco
Conselhos
Monetário Nacional – Brasília
Administração do Banco do Nordeste do Brasil – Fortaleza
Administração da ELETROBRÁS – Rio de Janeiro
Administração da ETERNIT –São Paulo
Deliberativo da SUDENE – Recife
Consultivo da SCI – Sistemas, Computação e Informática – Rio de Janeiro
Consultivo da Associação Comercial do Estado de São Paulo – São Paulo
Consultivo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo
Administração de Furnas Centrais Elétrica
Administração da Itaipu Binacional –
Superior de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria – Rio de Janeiro
Superior da Confederação Nacional do Comércio – Rio de Janeiro
Projeto Rondon
Técnico do Instituto de Economia Gastão Vidigal – Associação Comercial de São Paulo
Administração da CIMINAS – Belo Horizonte
International Planned Parenthood Federation – Londres – UK
da International Planned Parenthood Federation – Western Hemisphere – New York – US
Junta de Governadores do International Crop Research Institute for the Semi-Arid Tropics – ICRISAT – Hyderabad – India
Transporte do Estado do Rio de Janeiro
Administração da Energy Capital Holding Company – Arlington VA
Diretorias
Fundação Álvares Penteado – São Paulo
Sandoz do Brasil S.A. – São Paulo
SCIAG – Grupo Rhodia – São Paulo
Centro do Comércio do Estado de São Paulo
Representante do Brasil no Instituto para a Integração da América Latina – INTAL – Buenos Aires – Argentina
Hewlett Packard do Brasil – Alfaville – São Paulo
Presidente de Entidades
Associação Latino Americana de Instituições Financeiras de
Desenvolvimento ALIDE – Lima – Peru
Cooperativa Federal de Crédito do BID – Washington – DC
Comissão Nacional de Captação de Recursos da Sociedade Brasileira de Cancerologia
GIBBRASIL Serviços Limitada – São Paulo
Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – BNH –Rio de Janeiro
Membro de entidades
Diretoria Plena da Associação Comercial de São Paulo
Delegação brasileira à Primeira Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente -1972 – Estocolmo – Suécia
Clube de Roma – Roma
Comitê Diretor do Projeto Latino-Americano Instituto Atlântico – Paris
BEMFAM – Sociedade Brasileira de Proteção à Família – Rio de Janeiro
Better World Society – Washington – DC
Associação Brasileira de Combate à Poluição do Ar – ABPOLAR- São Paulo
World Society for Ekistics (Desenvolvimento Urbano) Atenas – Grécia
CONFAZ – Ministério da Fazenda – Agosto de 1998 – 2001
Participação em Sociedades Profissionais
Membro da American Economic Association
Membro da Society for International Development
Membro da Ordem dos Economistas do Ceará
Membro da Ordem dos Economistas de Pernambuco
Membro das Delegações Brasileiras a reuniões anuais dos Governadores do Banco Mundial e do BID
Medalhas e Condecorações
Comendador da Ordem de Rio Branco – Itamaraty
Comendador de la Orden del Condor de los Andes – Bolívia
Comendador da Ordem do Estado do Acre
Comendador da Mérito Judicial do Trabalho
Medalha do Mérito da Industrial da Confederação Nacional da Indústria
Medalha do Mérito Mauá – Ministério dos Transportes
Medalha do Mérito Aeronáutico – Ministério da Aeronáutica
Medalha do Mérito Judiciário do Trabalho – Tribunal Superior do Trabalho
Medalha da Abolição – Ceará
Mérito Municipal – Fortaleza
Medalha Brigadeiro Tobias de Aguiar – Polícia Militar de São Paulo
Medalha Jorge Tibiriçá – Polícia Civil de São Paulo
Medalha do 1º. Centenário do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo
Medalha da Ordem do Ipiranga do Estado de São Paulo
Medalha Serviços Relevantes ao Nordeste – Banco do Nordeste do Brasil
Medalha do Mérito Pernambucano
Medalha do Mérito da cidade do Recife
Medalha da Inconfidência – Minas Gerais
Medalha do Mérito da Bahia
Medalha do Mérito Policial – Polícia Militar da Bahia
Medalha “10 anos da SUDENE”
Medalha do Centenário de Garanhuns
Medalha Comemorativa do Centenário do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo
Medalha da Ordem do Ipiranga – Grande Oficial – São Paulo
Medalha Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira do Tribunal Regional da Sexta Região
Diploma Colaborador Emérito do Exército
Ordem do Mérito de Brasília
Cidadanias Honorárias
Estado do Maranhão
Estado do Ceará
Estado do Rio Grande do Norte
Estado de Alagoas
Estado de Sergipe
Estado da Bahia
Estado de Minas Gerais
Salvador (BA)
Natal (RN)
Aracajú (SE)
Salinas (MG)
Montes Claros (MG)
Porteirinha (MG)
Ouricuri (PE)
Limoeiro (PE)
Crateús (CE)
Penedo (AL)
Propriá (SE)
Parnaíba (PI)
Canindé (CE)
Brasília de Minas (MG)
Outros
Economista do Ano – 1976
Sócio Benemérito da Sociedade Brasileira de Cancerologia
Sócio Benemérito da BEMFAM
Conselheiro – Instituto do Coração – Hospital das Clínicas –
Representante do BID á Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento de Bacias Hidrográficas – Vancouver – Canadá
Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Urbano.
Rubens Vaz da Costa faleceu em 9 de setembro de 2017, no Hospital Sírio Libanês em São Paulo, aos 90 anos.
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/rubens-vaz-da-costa
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