quarta-feira, 26 de julho de 2023

Memórias do Monsenhor Adelmar Valença - Parte XXVI

Monsenhor Adelmar da Mota Valença

31 de  Dezembro de 1981 - "A RENÚNCIA" Meu último dia na direção do Ginásio! 44 anos letivos, venci. Durante todo o ano, preparei-me para dar esse passo. A 7 de outubro deste ano, entreguei a D, Tiago, um cartão, pedindo a caridade de aprovar a minha renúncia a 31 de dezembro. Ao Conselho Presbiterial, reafirmei a minha decisão irrevogável. Consegui, graças a Deus! A ele, peço perdão de todo o mal que fiz e agradeço pelo bem que me inspirou. Graças a Deus! Com o Novo Ano, começo uma nova e diferente vida! Querido Ginásio, sit Deus in itinere tuo!

22 de Abril de 1982 - Nos  Montes Guararapes, em frente à Igreja de  N. S. dos Prazeres, depois da missa, na qual comunguei, recebi a Medalha da Ordem do Mérito Guararapes, concedida pelo Governador do Estado. Os agradecidos foram divididos em dois grupos: o primeiro, recebeu a medalha das mãos do Governador; o segundo grupo, no qual fiquei, recebeu, felizmente, das mãos de D. Margarida Cantarelli. O mérito pertence aos que que me distinguiram!

7 de Março de 1983 - Fui convidado para assistir à inauguração das  placas com o novo nome do Ginásio do Arraial. É claro que não devo comparecer. Há muitos anos, por várias vezes, tentaram a mudança do nome. Pedi, insisti e atenderam. Mas, agora, ocultamente, conseguiram e o Diário Oficial publicou. Nome de uma pessoa viva? Deus dará a recompensa!

24 de Março de 1983 - Morreu D. José Adelino! Suas palavras a meu respeito, nos relatórios anuais que eu apresentava, e em cartas e cartões que  conservo, sempre me comoveram. Ao sair de Garanhuns, deixei, no Livro de Tombo do Ginásio, a minha homenagem. Ao findar a construção do prédio do Curso Primário e Casa de Ex-Aluno, pedi a ele entregasse a direção do Ginásio aos padres do Mosteiro e me deixassem com o Curso Primário; respondeu: "Fique com os dois!" Seu entusiasmo pelo Diocesano será bem recompensado na Eternidade!

9 de Julho de 1983 - Da Câmara Municipal de São Bento, recebi um ofício, comunicando que fora aprovada, por unanimidade, a concessão do título de Cidadão de São Bento. Ao receber o título, falarei sobre meu pai e suas  saudades, sobre as saudades de minha mãe, que, lá, nasceu e se casou, sobre o tronco da família, o Capitão José Rodrigues Valença, português, que para lá  veio, com seus treze filhos, entre os quais, o Padre José Rodrigues Valença, músico e educador, sobre  alguns dias da minha infância, no Vasco  de tantas saudade, de onde saímos para Pesqueira, Gravatá e, por último, para esta  querida cidade!

30 de Novembro de 1983 - Pelo Colégio Diocesano, foi oferecido uma placa "Ao  Sacerdote". E, para que não me esqueça, diante de Deus, de outros que me prestaram homenagens e que não estão registradas nas minhas notas, registro-as aqui: a) Placa, classe ouro, oferecida pela Associação do Ex-aluno; b) Placa oferecida ao Mestre, pelos professores do Diocesano; c) Placa de Diretor Perpétuo do Colégio Diocesano, oferecida pela Associação do Ex-Aluno; d) Placa de homenagem ao fundador, oferecida pelo Ginásio do Arraial; e) Título de Sócio Honorário da Academia Pernambucana de Educação e Cultura, do  Recife; f) Diploma do Sesc de Garanhuns; g) Placa oferecida pelos alunos do  Diocesano; h) Medalha do Mérito Educacional, pelo Lions Clube de Garanhuns; i) Medalha da Fininvest; j) Título de Educador do Ano, na festa das Personalidades de Garanhuns; k) Medalha e Ofício da Câmara Municipal de São Paulo; l) Diploma de Honra ao Mérito, pela Agência Informativa Brasil-Imprensa; m) Diploma de "A Pessoa mais benquista da Cidade", pela revista "A Equipe"; n) Medalha e Ofício do Sesquicentenário do Poder Legislativo; o) Diploma e Medalha do sesquicentenário da Independência; p) Título "Valor Educativo", pela turma Virgem Maria, do Santa Sofia; q) Diploma de Educador do Ano, 1966,  festa das Personalidades; r) Diploma de Sócio Benemérito do Círculo Operário de Garanhuns; s) Diploma de Sócio Honorário da Academia Cultural de Garanhuns; t) Título de Presidente de Honra Perpétuo da Associação do Ex-Aluno; u) Diploma de Sócio Honorário do Grêmio Cultural Ruber van der Linden; v) Diploma de Congressista Honorário do 3º Congresso Pernambucano de Odontologia; u) Diploma da Federação Pernambucana de Basquetebol; v)Vice-diretor do Ginásio Municipal Padre Agobar Valença; x) Medalhas de Honra ao Mérito, do Seminário de João Pessoa, 1935 e 1936; z) Coroas de Ouro no encerramento dos anos letivos de 1917 e 1918. Como Camões, devo dizer: "Porque essas honras vãs, esse ouro fino, - Verdadeiro valor não dão à gente: = Melhor é merecê-los sem os ter, = Que possuí-los sem os merecer." Para tanta generosidade, peço a recompensa de Deus!

23 de Maio de 1984 - Morre D. Milton! Era um entusiasta admirador do nosso Colégio. No Livro de Tombo, na sua despedida, registrei a nossa gratidão. Suas palavras a nosso favor são sempre generosas. Pedi-lhe demissão do cargo de diretor, por escrito, no Livro de Tombo; ali mesmo, ele escreveu:  "Fique até morrer" Tive sorte com todos os bispos de Garanhuns, Dom Moura, Dom Paiva, Dom Mário, Dom Juvêncio, Dom Expedito, Dom Adelino, Dom Milton, pois, de  todos, recebi as melhores provas de confiança. Adeus, caro Dom Milton!

12 de Outubro de 1984 - Na quadra do Diocesano, recebi, hoje, Medalha do Mérito Policial Militar de Pernambuco, concedida pelo Governador. A alma de toda essa homenagem foi o Cel. Geraldo de Siqueira Albuquerque, nosso ex-aluno. Ele  e mais 19 Oficiais, todos ex-alunos, encaminharam o pedido ao Sr. Comandante da P. M. e este, ao Governador do Estado. Além das medalhas, deram-me um quadro com o Diploma, um álbum com os retratos da  cerimônia, uma pasta com o discurso do Major Genivaldo Cerqueira, ex-aluno, uma pasta com o decreto e as cópias dos pedidos e recortes de jornais. Em tudo,  o Cel. Geraldo de Siqueira, revela a sua alma de artista. Diz São Tomás de Aquino que o mérito das homenagens pertence aos que a promoveram, não a quem as  recebe. Pertence a eles todo mérito!

ÚLTIMO PEDIDO

15 de Setembro de 1985 - Dia de Nossa Senhora das Dores, 77 anos do  meu batismo - 1) Estão plenamente perdoados todos aqueles que me ofenderam e me fizeram injustiças. Peço perdão a quem ofendi, a quem fui injusto, a quem fui causa de escândalo. 2) Peço orações. O Ginásio que foi, depois do sacerdócio, o maior sonho de minha vida, terá, certamente, a caridade de rezar por mim e perdoar as minhas falhas. 3) Celebrei, sem aceitar espórtulas, 44% das minhas 18.479 missas. Os beneficiados por essas missas, sejam meus  advogados diante de Deus. 4) As pessoas que se comprometeram a mandar celebrar Coroa Gregoriana de missas por mim, ficam desobrigadas desse compromisso. Basta uma missa, se possível, logo que souberem da minha morte. Desobrigo, também, as pessoas que têm outros compromissos de missas;  com uma missa, mesmo comunitária, cumprirão o compromisso. 5) Penso que nada devo a ninguém. Para com Deus, a minha dívida é imensa. Ajudam-me  a pedir a Ele que me perdoe. Miserere mei, Deus! 6) Tenho, na Capela, um  ornamento roxo para o meu enterro. Está na Cômoda, atrás do altar, juntamente com meu cálice, minhas alvas e outros paramentos. Quero ser sepultado, no cemitério, no túmulo de meus pais, de Agobar, de Abigail e de Alódia. Éramos dezoito; nove já se foram e estão à espera dos nove que ficaram. 7) Peço a minha família que não conserve roupas minhas. Aos pobres, devem ser dadas. 8) Depois de 35 anos e meio de trabalho, aos 65 anos, o INPS aposentou-me. A esse extraordinário Instituto, agradeço, comovido, a pontualidade dos pagamentos da minha aposentadoria. Pelo INPS, tenho celebrado, cada ano, uma missa, como sinal da minha gratidão, pelos benefícios a mim prestados. Reconhecido, tenho celebrado, também, todos os anos, uma missa pela  Advéniat que, caridosamente, me tem dado um auxílio mensal. 9) Para o recebimento da minha aposentadoria  possuo um depósito no Banco Real, sempre com um pequenino saldo. É inútil procurar, nos Bancos, outros depósitos. Não possuo nem dinheiro, nem poupança. Possuo pecados e, deles, peço a Deus perdão. 10) Também não possuo nem casas, nem terrenos, nem sítios, nem animais, nem carros, nem nada. Só possuo os livros e os objetos que  estão no meu quarto de dormir. Minha família dará a esses livros e objetos o destino que quiser. 11) É imenso o bem que tenho recebido de tanta gente! Peço a Deus que recompense tanta generosidade. Levo os seus nomes para a Eternidade! Com um Adeus, despeço-me do meu Bispo e colegas, dos meus  irmãos e irmãs, das cunhadas e sobrinhos e de tantas pessoas tão generosas! A  Deus, os entrego!

12 de Outubro de 1985 - No auditório do Colégio Diocesano, recebi, hoje, à noite, o Troféu de Cultura Viva de Pernambuco. Recebi-o das mãos do  Dr. Roberto Pereira, Presidente da Fundarpe. Agradeci, transferindo toda a  homenagem para Garanhuns da minha infância!

23 de Novembro de 1986 - Agobar completaria, hoje 80 anos! O atraso da Medicina, muito cedo, o levou. Tinha, à sua frente, um futuro brilhante, dotado, como era, de uma grande simpatia e de uma encantadora cordialidade. Teria sido, certamente, diretor do Ginásio e teria recebido homenagens bem  mais numerosas do que as que recebi. Não gostaria que tivesse sido Bispo: os descaminhos modernos trariam para ele muitos sofrimentos! Nos primeiros dias depois da sua morte, muitas pessoas que o tinham conhecido, quiseram conhecer-me, também: em todas as fisionomias, percebi a decepção dessas pessoas, por encontrarem em mim tipo esquisito, tímido, calado, bem diferente de Agobar! Por duas vezes, sonhei que ele estava vivo e caminhávamos juntos; envaidecia-me por sermos dois padres irmãos! Sonhos bem diferentes do que tive, aos 9 anos, sonho estranho para uma criança daquela idade: com facilidade, Agobar subia numa terra redonda, enquanto que eu, tudo  fazia para subir e sempre escorregava; desanimado, por fim, eu dizia: "Eu sempre fico na lama!"  Sonho que, por muitos anos, me impressionou, sobretudo 12 anos depois, quando ele se ordenou. Foi por Agobar a primeira Coroa Gregoriana que celebrei, logo no início do meu sacerdócio; outras muitas missas tenho celebrado por ele, incluindo a de hoje. Comemorando os seus 80 anos. mandei inclinar, no seu túmulo, a lousa, para que, com mais facilidade,  pudéssemos ler o seu nome, nome que enfeita, em Garanhuns, um grande  colégio e uma grande rua, e, em São Pedro, também, uma rua. É ele o único Padre sepultado no cemitério desta cidade. Unidos aos nossos que já estão no céu, celebramos, hoje, seus 80 anos!

D. ALMIRA

19 de Janeiro de 1987 - Às  19h e 10m. de hoje (20h e 10m. da hora de verão,) exalando o último suspiro, Almira começou a respirar o ar puro do céu que ela mereceu pela sua edificante vida de trabalhos, dedicação, perseverança, silêncio, paciência, humildade e fé. A 18 de outubro do ano passado, sem suspeitar que estava se despedindo, passou todo o dia, arrumando o Ginásio para o concurso da Celpe. Terminados os trabalhos, assistiu, às 16 e 30, pela última vez, à minha missa, no último banco, como sempre fazia, aos sábados. No dia seguinte começou a subir o seu calvário de três meses. Durante 56 anos (desde 1931), consagrou-se ao Ginásio ao qual serviu mais do que todos aqueles que, a ele, mais serviram. Antes, trabalhara, como professora, em uma escola da Rua da Linha e no Riachão, onde, além do ensino, sempre procurou desenvolver, nos alunos, o senso artístico. No Ginásio, em cada canto, sempre se encontram sinais da sua presença. Sem querer ofender a ninguém, vejo, agora, o Ginásio bem vazio. Na Secretaria, deu-lhe aquela organização ímpar, propiciando a cada ex-aluno ou aluno ter, em suas mãos, em menos de um minuto, todos os seus dados escolares. De um senso estético extraordinário, procurava, constantemente, trazer arrumado e acolher o seu Ginásio, enchendo-o de coisas novas, de cortinas e de quadros de paisagens as mais belas, nas salas, corredores e pátio. As bandeirolas, que tanto brilho deram aos nossos desfiles, foram ideia exclusiva sua. Como ninguém, sabia organizar os desfiles do Ginásio. Com letra sua, publicou o primeiro número do jornalzinho "O Ginasial", a 12 de junho de 1933; publicou, também, o jornalzinho humorístico "A Folhinha", com caricaturas as mais perfeitas. Dramas, comédias, recitais eram por ela estimulados, ensaiados e apresentados. As salas das exposições, por ocasião das festas jubilares, foram por ela  preparadas e orientadas. A preciosa coleção de pensamentos para cada dia do ano letivo, a Sala de Recordações e tanta, tanta coisa mais, tudo saiu das suas extraordinárias mãos. Parece incrível que uma criatura tão simples tenha tido tamanha riqueza de iniciativas e realizações. Suas aulas, no Diocesano, no Santa Sofia e no Estadual, com  pontualidade e assiduidade heroicas, eram modelares. Foi Inspetora Escolar e, para isso, teve a autoridade do seu exemplo. Do que ganhava, nada reservava para si: tudo era para as despesas do seu lar, onde, humildemente, ocupava o último quarto. Desde 9 de dezembro, depois de ter feito sua última confissão com o Padre Antônio, vigário da Boa Vista, ficou comungando, todos os dias, até na manhã de hoje, seu último dia. Poderia ter comungado, mais uma vez, uma hora antes da sua morte, se a minha aflição não tivesse perturbado, fazendo-me esquecer esse dever. Na sua doença, celebrei várias vezes por ela e, agora inicio a Coroa Gregoriana de missas pela sua preciosa alma. Pela última vez, virá,  amanhã, à capela do seu Ginásio, para a missa exequial. Adeus, Almira! In paradisum deducant te Angeli...

30 de Novembro de 1987 - Há 50 anos, sou padre! Logo cedo, celebrei por mim, por Híldon, Armindo e Marinho, colegas de ordenação.  Híldon faleceu, repentinamente, no dia 7 de agosto de 1984; Armindo, parece, não existe mais; escrevi ao Vigário Geral de Manaus, pedindo alguma informação sobre ele, mas não mereci nenhuma resposta; restamos Marinho e eu. Os 40 anos foram celebrados aqui no Ginásio e havíamos combinado para celebrarmos, em João Pessoa, os 50 anos; para isso Híldon era o mais entusiasmado... Reli hoje, o que escrevi naquele dia distante e saudoso. Quanta saudade de  Dom Moisés! Também, dos superiores e  colegas do Seminário e dos dez padres que nos impuseram as mãos, dos quais apenas o Padre Godói ainda vive! Quanta saudade, também, de meus queridos pais e irmãos! Esquivei-me de qualquer solenidade: com antecedência, pedi que nada fizessem. Preferi passar o dia, recolhido, lendo os resumos que eu fazia dos retiros dos felizes tempos de Seminário, principalmente o da preparação para o sacerdócio, pregado pelo extraordinário Mons. Tibúrcio. Celebrei, até hoje, 19.387 missas! Um dia  disseram ao Papa Leão XIII que um sacerdote havia morrido no dia da primeira missa; ele comentou: "Satis habet unde judicetur!" Se com uma missa apenas, um Padre tem bastante responsabilidade diante dos julgamentos de Deus, que dizer de mim que já celebrei quase 20.000 missas! De mãos vazias, caminho para  o fim. Agradeço a Deus tantos benefícios e peço perdão de todas as minhas  falhas sacerdotais! Dos presentes recebidos, o melhor foram  as 115 missas que ganhei: 60, de minha família; 50, de Zezinha; 5, de Débora, Geraldina, ex-alunos do Rio, ex-alunos de João Pessoa e a da Catedral, festiva, com coral e Banda de Música! Muitas mensagens recebi, algumas bem comoventes! Também, telefonemas e reportagens de jornais! Muito comovente a mensagem telefônica do Padre Godói, o incentivador da minha vocação e da minha entrada para o Seminário. Quanta gente boa neste mundo, meu Deus! Não tenho condições para retribuir. Céntuplum accipitis et vitam aeternam possidábitis!

14 de Fevereiro de 1988 - Hoje, sexto domingo do tempo comum, celebrei a minha missa pelo Padre que me ouvir a última confissão, pelo Padre  que me administrar a santa unção dos enfermos, pelo Padre que encomendar a minha alma e pelos padres que, após a minha morte, celebrarem por mim. Quem são eles? Não sei! Deus os conhece e saberá repartir, com eles, o valor infinito dessa missa que, indignamente, acabo de celebrar!

6 de Março de 1991 - Do Governador do nosso Estado. Carlos Wilson Campos, ex-aluno, recebi a medalha e o diploma do Mérito Guararapes, como  Grande Oficial. A medalha e o diploma recebidos em 22/04/1982 eram de Oficial. Coração de Ouro, esse de Carlos Wilson!

28 de Novembro de 1991 - A Câmara Municipal do recife, com unanimidade de votos, deu-me a medalha e o diploma do Mérito José Mariano. Nessa Câmara, o Presidente e seis Vereadores são ex-alunos. Escrevi, agradecendo e justificando a minha ausência. Lembrei-me que minha idade não comporta mais emoções fortes. Escrevi, também, a Sílvio Amorim, autor do projeto, agradecendo e lembrando que ele costuma dar aos outros as medalhas merecidas por ele mesmo. Maria Adisa representou-me. E, na sessão, ela pediu a Ivanildo Souto Cunha para agradecer; tarefa que ele, generosamente, desempenhou. A beleza e o tamanho dessa medalha são impressionantes. Deus saberá recompensar tanta  generosidade!

22 de Outubro de 1992 - Já vai na página 230 o meu álbum de recortes de jornais com notícias a meu respeito. Na capa desse álbum, tive o cuidado de  escrever que colecionava aqueles recortes como uma homenagem à bondade e  generosidade daqueles que procuravam me homenagear. Em novembro de  1921, menino ainda, fazendo exames preparatórios no Ginásio Pernambucano,  eu me envaidecia cada vez que via, nos jornais, o meu nome entre os dos aprovados. Como Padre, porém, sempre que via o meu nome em algum jornal, eu sabia substituir a vaidade pelo medo. Medo de estar sendo recompensado aqui mesmo neste mundo. Por isso, neste fim de tarde da minha vida, olhando esse álbum, eu temo ouvir, na hora do "Redde rationem" (Lucas, 16,2), aquelas palavras de Cristo: "Jam recepisti mercedem!" (Já recebeste tua recompensa!) Terei, então de lembrar que todas essa homenagens foram feitas ao sacerdote,  ao Cristo, portanto: Sacerdos alter Christus! (Fonte: O Diocesano de Garanhuns e Monsenhor Adelmar - de Corpo e Alma - Escritor Manoel Neto Teixeira / Ano 1994).

Foto: Monsenhor Adelmar da Mota Valença.

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