sexta-feira, 28 de junho de 2024

Memórias do Monsenhor Adelmar Valença - Parte XXII

Dom Juvêncio Britto - 4º Bispo de Garanhuns 12/05/1946 - 31/1/1954
19 de Junho de 1947 - Graças a Deus, celebrei hoje, a primeira missa na nova Capela do nosso colégio! Parece um sonho! A bênção da primeira pedra foi feita a 19 de março do ano passado. Faltam alguns retoques para a inauguração no próximo dia 12 de outubro. Tive pena de demolir a velha e pequenina capela, onde recebi a primeira batina, naquele dia 7 de março de 1931! Pena de demolir o quarto onde dormi as primeiras noites, ao entrar para o Seminário. Esta nova capela é grande, sem colunas, podendo o Padre ser visto de qualquer lugar. Tem cruzes em todas as janelas e portas, além da bela e grande cruz de vidro, na fachada. Há uma cruz, também, no mosaico, além da grande cruz por trás do altar, no alto. O sacrário ocupa o lugar principal. A maquete foi abençoada e a construção aprovada pelo inesquecível Bispo, Dom Mário de Miranda Vilas Boas! José Batatinha, generosamente, ofereceu o belo sacrário e todas as telhas. Deus o abençoe! - 

24 de Junho de 1947 - Terminei de celebrar, hoje, uma Coroa Gregoriana de Missas em sufrágio da alma do Padre Heliodoro Bastos. Foi com  ele que, pela primeira vez, me confessei naquele já distante dia 19 de abril de 1916. Os caminhos misteriosos da vida fizeram com que me tornasse Padre,  como ele, pertencendo, também, ao mesmo Clero. As 30 missas em 30 dias  seguidos são a minha retribuição por ter atendido à minha primeira confissão. Celebrei, também, gratuitamente, algumas missas deixadas por ele. Deus o tenha!

30 de Janeiro de 1948 - Com data de 25 deste, fui nomeado por Dom Juvêncio, Consultor Diocesano, na vaga deixada pelo Padre Heliodoro. Ainda seminarista, achei graça quando o colega Hildon Bandeira, ao avistar-me no recreio, disse: "Eis um futuro Consultor Diocesano da Diocese de Garanhuns!" Considerava uma coisa impossível! Hoje, confuso, entre tantos Padres mais  velhos e cheios de méritos, vejo a bondade de Deus para comigo!

13 de Março de 1949 - Servia de ministro na procissão e na bênção do encerramento das missões, na Catedral, quando, diante de toda aquela multidão, Dom Juvêncio disse que tinha uma novidade. E, sem que eu nem de leve imaginasse, comunicou que eu era Camareiro Secreto do Santo Padre! Com a  surpresa, ali mesmo, chorei. Na sacristia, depois, ao tirar os paramentos, encontrei o tal título de Monsenhor, datado de 13 de dezembro de 1948 e a carta do Núncio Apostólico, datada de 28 de fevereiro deste ano. Sai escondido. São frutos da bondade e da generosidade de Dom Juvêncio para comigo. Que Deus lhe pague!

20 de Março de 1949 - Hoje, no Ginásio, houve uma porção de coisas, por motivo do título que recebi. Pela manhã, missa solene, na Capela. Depois, manifestações. Às 13 horas, banquete com a presença de Dom Juvêncio, minha mãe, havendo um brinde do Dr. João Domingos. À noite, uma sessão solene. Reconhecendo a minha nulidade, transmiti o título e a homenagem ao meu irmão Agobar, que tudo mereceu. Usei a faixa roxa que me foi dada, apenas nessa ocasião e nos retratos. Não a usarei mais. No próximo Retiro do Clero, a ser realizado aqui no Ginásio, colocarei a faixa na maleta de um dos nossos Monsenhores!

Fonte: O Diocesano de Garanhuns e Monsenhor Adelmar (de corpo e alma) de Manoel Neto Teixeira / 1994.

Foto: Dom Juvêncio Britto - 4º Bispo de Garanhuns 12/05/1946 - 31/1/1954. Créditos da foto: www.diocesegaranhuns.org

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