Em 1951 como candidato a vereador deu início a sua nova trajetória, deixando de ser eleito por 8 votos. Sendo eleito vereador em 1955 pelo PTB, tendo grande atuação no legislativo, em uma legislatura que tinha nomes como Amílcar Valença, Uzzae Canuto, Raimundo Moraes, Geraldo Calado, Elias de Barros e Pedro de Souza Lima. Em 1958 é eleito 2º suplente de deputado estadual pelo PTB. No pleito seguinte (1959), com o seu grande carisma de homem público presenteou-o com uma votação expressiva de 1.175 votos. Em 1963 é suplente pelo PST, e por força do Ato Institucional nº 01, a Assembleia Legislativa de Pernambuco baixou a Resolução 672 cassando o seu mandato e seus direitos políticos, só recuperando em 1979 com a anistia.
Em 1986 torna-se 1º suplente de deputado estadual pelo PDT, assumindo o mandato no Palácio Joaquim Nabuco, em função da saída do titular para uma secretaria estadual. Em 1988 é o 2º colocado na disputa pela Prefeitura de Garanhuns, em 1992 está na frente em todas as pesquisas eleitorais, quando vem a falecer em abril daquele ano.
Enfrentou a dura perseguição do regime militar instalado em 1964, por ter reconhecido a legalidade do PCB, processado que foi pela comissão de investigação sumária, em IPM do IV Exército. Em Garanhuns sofreu, juntamente com Amaro Costa e outros, forte repressão por parte do Delegado Álvaro Costa Lima. Foi perseguido, humilhado, torturado física e psicologicamente e preso várias vezes (acusado de ser um elemento agitador).
A ditadura não perdoaria aqueles que não seguiam seus cruéis e castradores objetivos. Foram longos anos fora da política e do convívio social. Embora perseguido, nunca se acovardou. Preso inicialmente em 22 de junho de 1964 e posto em liberdade em 1º de agosto do mesmo ano. Condenado pelo referido IPM, foi preso em 10 de setembro de 1969 cumprindo pena de 2 anos na Casa de Detenção em Recife.
José Cardoso deixou sua marca em nossa história política, ninguém poderá retirar seu nome e sua "voz" da memória do povo garanhuense, embora calado por 15 anos (1964-1979) soube voltar de cabeça erguida, deixando a posteridade e aos seus familiares, quase todos aqui radicados, a imagem de alguém que sabia escutar o povo, na intimidade do banquinho na cozinha de sua casa, conversando de "pé-de-orelha", estava pronto a servi-los, os conhecia, pois eram um deles.
A sua morte consternou a todos, aliados e adversários. Zé Cardoso foi um homem público destemido, com propósitos nobres, que seus ideais não morram, mas reflitam-se em todos nós, pois o exemplo lembra o que a Igreja alertava em Puebla (1979), a opção preferencial pelos pobres. José Cardoso da Silva faleceu em 30 de abril de 1992.
Foto: José Cardoso da Silva.
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