Ouve-se tanto dizer: - "Passado o período de "alumbramento", a rotina corrói o entusiasmo e o amor fenece. Seja o amor pelo trabalho ou por uma pessoa. Morre".
Mas , todos nós o sabemos: "na vida humana, tudo o que não se cultiva, morre".
Vivemos no tempo/espaço. Somos seres limitados, portanto, relativos. Nada em cada um de nós grande que possa corresponder à medida de nós- mesmos ou dos outros.
Daí a necessidade de conviver com várias pessoas, mesmo que só uma ou algumas poucas) nos responda(m) ao coração ou ao espírito - ou a ambos - Um homem não é a dimensão de outro homem. Ele é bem mais intenso do que seu próprio universo.
O tempo - quanto mais estudado, mais enigmático - corrompe como vírus todo relacionamento. Só há uma força maior do que tudo: O Amor - Aquele que redime o próprio tempo, o (re) dimensiona - para o infinito, torna-o recuperável.
A rotina envenena, cansa, estraga, destrói. Daí a necessidade de inovações / renovações que o Amor não cessa de realizar. O Amor canta novas auroras, novos crepúsculos, novas noites, novos dias... O Amor é a eterna novidade: a descoberta permanente, a festa, o gênesis em cada momento derradeiro. Não há rotina no amor. Há um ciclo lúdico.
Quem tiver capacidade de o perceber, não tem necessidade de explicações. Assim mesmo, esclarecemos: a repetição do jogo não aborrece a criança, não a entendia. Ela exige dos adultos a repetição. Nós, os que perdermos o senso lúdico do gesto-primeiro-repetido, é que nós entendíamos - com o que possuímos, ou porque não temos o objeto desejado.
Rotina e Amor não coexistem. repelem-se. Se tivermos a coragem de recomeçar a cada momento, seremos senhores do tempo, mergulhados na eternidade, penetrados de infinito.
*Professora, jornalista, cronista e escritora.
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