quarta-feira, 5 de junho de 2024

Verde praça


João Marques* | Garanhuns, maio de 2016

As árvores, acima das flores, compõem a paisagem verde. a avenida Santo Antônio se estende entre canteiros, troncos e folhagens vivas e balançantes. Esta reportagem contou uma a uma as árvores existentes na avenida: 59 ou 60, em se considerando árvores em plena infância, poucas e em crescimento. As palmeiras à frente do prédio de Ferreira Costa, da paisagem antiga. Duas foram replantadas e são cuidadas pela firma. Afinal, as palmeiras tornam mais bela a paisagem. A frente do prédio, agigantada e moderna, e as palmeiras, altas e como fossem as primeiras colunas do edifício.

A avenida Santo Antônio, comprida e sendo praça e sala de visita da cidade. Quem não haverá de se sentir bem em meio a ela? As árvores, é certo, desalinhadas de um canto a outro. Há predominância delas pelo meio, e, do lado de cima, acompanhando a calçada alta, são poucas árvores. Na direção de leste a oeste, não há nenhuma delas, da loja Nova Fátima, até o final da avenida, onde chega de cima a rua Barão do Rio Branco. Mas isto, desalinho e interrupções não tiram a beleza. E Garanhuns tem o centro da cidade bem arborizado, elegante.

Incluídas na contagem, mais duas ou três árvores que ficam ao lado da Prefeitura. Imediatamente e no domínio de seus canteiros. Uma delas, entretanto, é a mais famosa árvore de Garanhuns. Não é só a mais alta, sua copa excede muito o teto da Prefeitura, mas é histórica e representa um marco significativo. Um cedro. Árvore nobre e resistente, como a cidade é também, historicamente. Surgiu no local em 1943, como simples caibro dos andamentos da construção da Prefeitura. Acabada a construção, o caibro floriu, e foi fincado novamente ou replantado a poucos metros. Pegou e cresceu, ou melhor, cresce ainda. Suplanta o prédio da Prefeitura, que, como caibro do andaime, ajudou a construir sustentando pedras e telhas em seus braços de sustento. Há lei municipal, de amparo a sua sobrevivência. Não pode ser maltratado ou cortado, e é um ente incorporado à história. À história, à sensibilidade e aos olhos de quem passa.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

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