sexta-feira, 7 de junho de 2024

Recordação

Avenida Santo Antônio, Garanhuns - Década de 1980

Raimundo de Moraes*

Recordar é viver, nos afirma o antigo conceito popular. Assim, atendendo a voz da lembrança, levaremos ao conhecimento dos leitores, através das colunas desde jornal (O Monitor), retalhos de pronunciamentos de nossa autoria.

Iniciando, trazemos um trabalho de fundamento histórico, que apresentamos, a pedido da Direção do Extinto CÍRCULO DE OPERÁRIOS DE GARANHUNS, em 14 de Maio de 1961, há 17 anos, portanto. Eis na íntegra, todo o conteúdo do pálido relato, motivo fundamental desta publicidade.

"Companheiros circulistas: O trabalho que nos propusemos a vos apresentar nesta oportunidade, não iria certamente muito além dos parcos conhecimentos históricos de que dispomos para o seu natural e indispensável desdobramento. Contudo, conforta-nos a certeza de que não o fizemos para os doutos, tampouco para os cientistas e pesquisadores do passado. Estes, e aqui entre nós estiverem, estamos certos saberão, com a consciência e a segurança do que aprenderam, relevar as falhas históricas porventura ocorridas no decorrer desta nossa modesta contribuição, à festa do Jubileu de Prata, do Círculo Operário de Garanhuns. Um notável escritor paulista, fixando para à história dos nossos dias, nas páginas de famoso livro em que, com rara felicidade, traçara a biografia política de um nosso patrício bandeirante duramente injustiçado, pela frieza e pela revoltante maldade dos homens do seu tempo, com irresistível segurança, emitiu o seguinte pensamento:

"Se eu tivesse vindo à terra na época dos apóstolos, e se me fosse dada uma parcela da humildade evangélica que integrou à pregação das sabedorias cristãs, haveria feito minha jornada pelo mundo, a serviço deste Lema: "Negue-se o pão, mas não se negue a verdade".

Assim, baseados nesse poderoso conceito e levados pelo nobre interesse de bem servir, é que havemo-nos preparados para o trabalho que, neste ensejo, declaramos dedicá-lo aos circulistas, como pálida ajuda à grande obra dos Círculos Operários, em tão boa hora frutificando por todos os quadrantes do Brasil.

Mesmo por que, - a verdade sobre tudo - foram as palavras do Divino Mestre, no famoso sermão da montanha histórica. E a verdade sobre tudo - também disseram os Apóstolos Santos, nos seus sagrados evangelhos.

E a verdade sobre tudo - ainda hoje continua sendo pregada a todos os povos, através dos sábios ensinamentos do Cristianismo. Respeitando, assim, esse divino princípio é que, em verdade, vos diremos: não ireis tomar conhecimento de um trabalho diferente daquelas constantes lições que tendes recebido nesta casa, onde o pensamento circulista vive e fecunda-se para a continuação de uma obra inteiramente voltada para o bem da humanidade.

O assunto que nos foi imposto para o desdobramento deste trabalho, embora muito pouco difundido, entre os circulistas, em suas linhas gerais, acredito que o mesmo acontecendo à maioria dos que cultivam a ciência nos seus variados aspectos nunca nos foi ausente, precisamente por que a presença do sofrimento físico e espiritual, aliados à ânsia incontida que revelamos por uma paz eterna no Reino Celestial, o tem conservado latentemente em nossos corações. O desejo de todos, os que aqui se encontram e muito particularmente daqueles que  se tornaram circulistas por amor à causa coletiva - como foi o nosso caso - é precisamente velar para que possamos, à luz da verdade, apresentar um panorama novo em face dos atuais acontecimentos que envolvem os destinos do mundo.

Quando porventura nos afastamos do terreno da experiência, muitas vezes dúbios e ofuscados pela nuvem da ignorância que nos envolve, conturbando os pensamentos, nos acerca aquela vontade firme de penetrarmos, com firmeza de atitudes, no campo claro da realidade.

Por isso, sejam quais forem as consequências e os resultados, nunca deveremos esposar quaisquer sentimentos, doutrinas ou ideologias que se inclinem a negar a existência de DEUS.

Alguns poucos que têm pretendido prova a inexistência do Criador dos Mundos, sem grandes resultados práticos afinal, contudo nos dão conta das coisas criadas, desde as criaturas humanas, como seres superiores a mais  insignificante molécula do Centro de Vibração, representados nesse harmonioso conjunto da vida universal. Para tanto, consideremos:

"Não há nenhuma dúvida, quanto ao fato de estarmos vivendo uma época completamente nova, em relação aos conhecimentos da humanidade. Por isso, o próprio DEUS na sua divina sabedoria, preparou o espírito dos humanos, homens e mulheres, tal como se devem tornar necessários para a grande redenção da Alma, após a celestial jornada". (*Médico e jornalista | Garanhuns, 25 de março de 1978).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O político e as raízes de Souto Filho

Gerusa Souto Malheiros* Do poder, meu pai não sentiu jamais o desvario, nem o considerou um bem de raiz. Da sua tolerância, da moderação e d...