terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Integração

Dr. José Francisco de Souza - Blog do Anchieta Gueiros
Dr. José Francisco de Souza

Pensamos que os homens não devem ser considerados pelo tempo, nem pela idade, mas pelo que pensam


A  inteligência pode ser bloqueada pela falta de cultura. Nessa esfera não se conjuga a cultura livresca. As informações contidas nos livros são preciosas e necessárias. O espírito é o purificador dos preceitos literários e científicos. O tridimensional espírito, corpo e perispírito, é uma coexistência pacífica.

O perispírito é um intermediário entre o espírito e a matéria constituído de substância sutil e maleável. A assimilação de seus fluídos com a matéria enseja a comunicação. Esta faculdade não é a sede da inteligência. É a sabedoria emanada do Perfeito, cujo efeito contínuo, é a bondade divina.

Há os que negam e os que afirmam, contudo, o importante é se identificar, que ideias existem que por si mesma se refutam. Nesse sentido muitos conceitos se multiplicam. Onde a inteligência não se manifesta livremente. Não de um reduto passivo de informações conturbadas pela informática. Esse encadeamento é puramente mecânico, em que a inteligência propriamente não existe.

Não seria absurdo, o óbvio, em se acreditar, até mesmo em se admitir, que se abrindo todas as porteiras do mundo, os idiotas acabariam dominando, por superioridade numérica. As consequências dessa invasão mental, pode ser um atributo de teoria exposta no mercado político das ideias. O indivíduo mal informado, é sempre um negativo.

A nova geração se constata pela arrogância de quem não indaga, apenas se opõe por instinto de uma espécie contraditória pelo simples fato ser inexperiente. Pensamos que os homens não devem ser considerados pelo tempo, nem pela idade, mas pelo que pensam. Os conhecimentos vividos são por sua natureza incontestáveis. A renovação de seu mundo interior consagra o direito  de ir e vir por mais complicados que sejam os caminhos.

O amor traz sua própria compreensão criadora, por conseguinte, nunca há resistência nem conflito

Quando, senhor de seus próprios destinos não aponta caminhos bons e retos, porque o Eterno, que é a vida, não tem caminhos. Nesse sentido a libertação do homem pelo entendimento é uma vitória que  se alcança. Um pouco de amor ao próximo é o entendimento fundamental de si mesmo. Aquele homem que passa é a imagem dos que ficam.

Essa integração é importante porque nela se consagra a sabedoria do universo, em que o silêncio pontifica. Esse pontificado é uma consagração do ser como entidade humana. Não depende de sua posição social ou econômica. Herodes nasceu e viveu cercado de luxúria despótica e brutal. Jesus, o Cristo, o maior Espírito que encarnou por obra e graça do Espírito Santo. Nasceu numa manjedoura.

O estado de integração implica em sentimento de liberdade. E quando se realiza esse estado, não existe por certo, nenhuma necessidade de disciplina. A integração significa ser um só todo. Em todos os  níveis, ao mesmo tempo. A inteligência demonstra, que  quem se separa não se integra. Tudo quanto separa sofre redução. A separação se impõe  contra o diálogo. O entendimento que purifica e sublima não existe entre os elementos integrados à sociedade e o isolamento que domina.

Se pudéssemos receber a correta educação desde a idade mais tenra, criar-se-ia um estado completamente isento de contradição, tanto interior como exteriormente; e não haveria então necessidade de disciplina ou compulsão. Por quanto cada um faria as coisas completamente livremente. Se o que estamos fazendo é bom e justo em si mesmo não de acordo com as imposições políticas,  a escravidão capitalista, em qualquer tempo, em qualquer circunstância, somos ente humano integrado. 

Aqui entra a dialética da psicologia do amor. O amor traz sua própria compreensão criadora, por conseguinte, nunca há resistência nem conflito. Mas amar tão completa e integralmente só possível quando, profundamente, nos sentimos em segurança, perfeitamente à vontade e principalmente se somos jovens. Isso significa, com efeito, que o educador e o estudante devem ter  plena confiança um no outro, pois, do contrário, criamos uma sociedade tão feia e tão destrutiva como a em que vivemos atualmente.

Se podermos compreender o significado total da ação integrada, em que nenhuma contradição existe, e portanto, nenhuma necessidade de disciplina, pensamos que poderemos então criar uma cultura totalmente diferente, uma nova civilização. (Texto do Dr. José Francisco de Souza | Garanhuns, 17 de agosto de 1991).

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