Simôa Gomes de Azevedo, nasceu da terra virgem e fecunda da cidade hoje Centenária. Foi sua fundadora e merece ser homenageada com muito carinho humano. Louvores merece também o gesto patriótico do nosso conterrâneo: Amílcar da Mota Valença, quando prefeito de Garanhuns, mandou fazer galerias, calçamento e jardins, na Avenida Simôa Gomes, tornando-a uma das mais belas da cidade, perpetuando assim a memória de uma grande alma destinada aos grandes feitos.
Sugerimos que os nossos educandários deveriam ministrar aulas sobre a vida de Simôa Gomes. Preleções sobre essa mulher admirável que se imortalizou, entre nós. Os documentos de libertação de escravos e da doação de uma grande parte de suas terras ao patrimônio das Almas atestam a sua caridade, seu desprendimento e a sua fé nos destinos gloriosos que nos serviu de berço. "Não pediu missa para si e nem para o seu esposo. Mas - num gesto de generosidade pediu para as almas de todos os que tiveram a ventura de nascer na terra do Magano. Data de 1755 a escritura da doação que fez ao patrimônio das almas, precioso documento que pertence à Diocese de Garanhuns. Ao fazê-lo residia Simôa Gomes de Azevedo, num recanto poético, hoje Brejo das Flores. Em alguns reparos desse precioso documento diz: "Escritura de doação e ratificação d'ella, que faz Simôa Gomes de Azevedo, viúva que ficou do coronel Manoel Ferreira de Azevedo, a Confraria das Almas da Matriz de Garanhuns, desta freguezia do Sertão de Ararobá." "Saibam quanto este público instrumento de doação e ratificação d'ella virem, que sendo no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e cinquenta e seis anos, aos quinze dias do mês de Maio do dito ano neste sítio da cruz, termo do sertão de Ararobá." E mais adiante diz "que ela era senhora possuidora de um sítio de terras chamado o Garcia nos campos de Garanhuns, o qual houvera por compra o defunto seu marido o dito Manoel Ferreira de Azevedo, e lhe tocara este de meiação no inventário e partilha que se tinham feito com seus filhos por morte do dito marido, de que estava de mansa e pacífica posse, no qual Sítio fazia doação à Confraria das Almas da matriz de Garanhuns, dum pedaço de terra que medirá em quadra fazendo pião na Igreja matriz dos Garanhuns, dum pedaço, correndo para parte d'onde está a cruz das Almas." Este precioso documento é muito longo, basta que se diga que dessa doação de alma e de espírito da grande mulher que foi Simôa Gomes - nasceu a terra das flores.
Simôa Gomes de Azevedo, fundou com as bênçãos de Deus esse pedaço de céu caído na terra que a nossa cidade do planalto, terra das Sete Colinas, que erguem para o alto como a desafiar o Infinito. É um dos Vultos da nossa Cidade que em sua homenagem eterna deveria se erigir um Monumento em sua Honra.
*Dr. José Francisco de Souza / Advogado, cronista, jornalista e historiador / Garanhuns, 10 de fevereiro de 1979.
Foto: Busto de Simôa Gomes de Azevedo.
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