Como sobrinho de Arlinda da Mota Valença, fui convocado para abrir a publicação do livro Pingos de Garanhuns. Inicialmente agradeço a todos que contribuíram para transformar um trabalho datilografado, em um livro imponente que vai proporcionar aos futuros leitores, uma história que muito dignifica a nossa Cidade e dará oportunidade a novos pesquisadores continuarem a escrever "Novos Pingos" ocorridos depois do ano de 1983. Quanto à minha Tia, que era tratada pelos familiares como Dinda, aproveito para relembrar alguns fatos de sua vida, que teve inicio em 4 de fevereiro de 1903, em Pesqueira, depois passou pelo sítio Beira Mar e São Bento do Una, chegando em Garanhuns onde foi morar na Vila Regina, perto do Pau Pombo. Depois de percorrer vários endereços foi morar na Rua Nilo Peçanha 123, esquina com a Rua do recife. Estudou no Colégio Santa Sofia e no ano de 1926 fez parte da primeira turma que se formou como professora. Na sua vida profissional destacou-se como Secretária da Prefeitura, professora de vários Colégios, Inspetora Escolar, Agente Estatístico. Como chefe da Receita e Finanças da Prefeitura de Garanhuns, constantemente era procurada pelos modestos funcionários para que resolvesse os seus problemas e todos foram gentilmente atendidos
Como Professora de Geografia, não se limitou aos livros, tendo viajado para conhecer os Estados do Centro Sul do Brasil e na Europa visitou Lisboa, Paris e o Vaticano em Roma. Como Católica compareceu a todos os Congressos Eucarísticos que ocorreram no Nordeste.
O seu trabalho foi reconhecido já que recebeu a Medalha de Ouro da Cidade de Garanhuns, Título de Cidadã de Garanhuns e o nome do Centro Administrativo do Município.
Com certeza o maior mérito será dado pelos leitores do seu livro que irão avaliar a qualidade das informações contidas no seu trabalho, inédito entre os Municípios de Pernambuco e certamente entre todos os Municípios interioranos do Brasil.
Sendo Garanhuense estou honrado quando incluído neste documento. Tenho uma dúvida do titulo da minha naturalidade. Filho da Terra de Simôa Gomes ou Cidade do Clima Maravilhoso ou da Cidade Serrana ou Suíça Pernambucana ou Cidade das Flores ou Petrópolis pernambucana ou Cidade das Sete Colinas. Nos Pingos de Garanhuns, também aparece a denominação de Cidade Militar, uma referência ao 71º Batalhão de Infantaria. Não está registrado no trabalho que em 1932 uma tropa do Tiro de Guerra de Garanhuns, foi deslocado para o Recife e se uniu ao Regimento que foi lutar na Revolução Constitucionalista. Durante a Segunda Guerra Mundial em Garanhuns o 21º Batalhão de Infantaria mandou soldados para as Forças Expedicionárias que lutaram na Itália.
O livro os Pingos de Garanhuns vai deixar os moradores com orgulho de aqui residirem e aos que como eu, estão fora, ficarem loucos de saudades, como é a minha, que ainda relembro o jogo de bola no beco do urubu (Hoje Rua Ari Barroso) e das caçadas no antigo Distrito de Itacatu, o que me faz afirmar:
Vou embora pra São Pedro
Lá sou amigo do Rei.
Pedro Jorge Valença.
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