Miguel Arraes tomou posse em 31 de janeiro de 1963, que seria deposto pelo golpe militar de 31 de março de 1964, quando assumiu o poder o vice-governador, Paulo Pessoa Guerra, que complementou aquele mandato.
A LUTA DE UM LÍDER
Em José Cardoso, corria-lhe nas veias o sangue do político autêntico, filho que era da grande líder comunitária Francisquinha Cardoso, merecidamente considerada pelos garanhuenses como a primeira líder popular de Garanhuns. Mesmo perseguido não se calou, levantou a voz em defesa dos oprimidos.
"Baionetas escaladas. Tropéis de cavalaria. Sirenes histéricas. Tanques de guerra invadindo as ruas das capitais. Estudantes trucidados. Trabalhadores humilhados, espancados vergonhosamente desmoralizados. Aviões em voos rasantes. Matraquear de metralhadoras. As tropas esmagando quem lhe passasse à frente.
Ô, Zé Cardoso, esse cenário fez parte do seu show, do seu, do meu, de quantos estivessem dispostos a lutar por dias melhores em favor de um povo abatido pelas desigualdades sociais.
Na rua, passeatas hipócritas patrocinadas pelo dólar americano. Mulheres bem vestidas expondo suas riquezas nos colares e brincos de ouro e de diamante! Um escárnio a um povo que já vivia abaixo da linha de pobreza. (Jornalista Rossini Azevedo Moura / Crônica de abril de 2006).
Pelo Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965, no seu artigo nº 18, foram extintos alguns partidos políticos e cancelados os respectivos registros.
Em 1966 foram criados dois novos partidos: a Aliança Renovadora Nacional – ARENA (situacionista) e o Movimento Democrático Brasileiro MDB (oposicionista).
De acordo com o Ato Institucional nº 3, de 5 de fevereiro de 1966, foi realizada a primeira eleição indireta, na Assembleia Legislativa de Pernambuco, tendo sido eleito governador Nilo de Sousa Coelho e vice-governador Salviano Machado Filho.
A 13 de dezembro de 1968, o presidente Costa e Silva baixou o Ato Institucional nº 5. Na vigência desse Ato foram suspensos por dez anos os direitos políticos e cassado os mandatos de alguns deputados.
Os direitos políticos de José Cardoso só foram recuperados em 1979 com a Leia da Anistia.
Deputados Estaduais pernambucanos cassados pela ditadura militar:
- Almany de Sá Barreto Sampaio (PST)
- Audálio Tenório de Albuquerque (ARENA)
- Carlos Luís de Andrade (PSB)
- Cícero Targino Dantas (PST)
- Clóvis Jatobá da Costa Lima (PMDB)
- Dorany de Sá Barreto Sampaio (PMDB)
- Egídio Ferreira Lima (PMDB)
- Elias Libânio da Silva Ribeiro (PDC)
- Geraldo Pinho Alves (PMDB)
- Gilberto de Oliveira Azevedo (PST)
- Harlan de Albuquerque Gadelha (PMDB)
- Inaldo Ivo Lima (PMDB)
- Inácio Mariano Valadares Filho (ARENA)
- José Cardoso da Silva (PST)
- José Ferreira de Amorim (ARENA)
- José Inácio da Silva (ARENA)
- José Marques da Silva (ARENA)
- Josesito Padilha (ARENA)
- Liberato Pereira Costa Júnior (PMDB)
- Luís Cláudio Braga Duarte (PST)
- Luís de Andrade Lima (PMDB)
- Paulo Rodolfo Rangel Moreira (ARENA)
- Sérgio Murilo Santa Cruz Silva (PST)
- Sílvio Pessoa de Carvalho (ARENA)
- Waldemar Alberto Borges Rodrigues Filho (PMDB)
Fonte: G1
Foto: http://blogdojaksonfitipaldi.blogspot.com/2016/04/jose-cardoso-24-anos-sem-o-homem-do-povo.html
http://www.alepe.pe.gov.br/wp-content/uploads/2017/11/uma-visao-historica-pe.pdf
Foto: José Cardoso da Silva (ao centro) na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Nas eleições de 3 de outubro de 1958, Cardoso ficou na suplência para a legislatura 1959/1963, e com o licenciamento de dois deputados assumiu a cadeira de deputado pelo período de um mês.
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