Era muito estimado por todos os seus colegas, e companheiros de função. O seu porte impunha acatamento e respeito. Jovial e amigo, não temos lembrança de qual ato de hostilidade praticado por Apolônio. A reflexão do seu caráter constituía o adorno de sua personalidade.
Espírito arejado e comunicativo. Entendia que veio ao mundo para cumprir uma missão.
Assim demonstrava pela intuição o conhecimento da lei que chegou ao seu conhecimento pela tradição. Imperfeições todos temos e teremos, até que possamos alcançar o Plano Divino. Os que assim agem e sentem serão consagrados como herói da liberdade. O nosso amigo sempre se confessou amigo do amigo. Em matéria de política foi muito discreto. Os candidatos de qualquer partido, no seu conceito eram dignos de ser votados. O certo era que o seu voto, sempre foi profundamente secreto.
A nossa vida ele acompanhou em todos os setores de nossas atividades, nossa produção intelectual escrita e falada era um ornamento de inteligência. Gostava de nos ouvir. Especialmente na Tribuna do Júri. Certa vez defendíamos um criminoso, cujo processo foi ruidosamente comentado, depois de nos ouvir disse: "Onde você foi buscar tanta coisa para dizer em favor daquele réu... Quanto ao êxito da defesa ficou em silêncio.
Comportou-se como um verdadeiro crítico. Criticar é um polimento que o mestre dá na obra. Esse polimento é um resultado da sabedoria do silêncio. Quem ensinou esses conceitos ao nosso APOLÔNIO.
Foi para nós um verdadeiro amigo. Sempre respeitou as nossas ideias e a maneira de defendê-las em todos os momentos. Era uma das pessoas que sabia alcançar e praticar o direito à liberdade.
Negar ao homem o livre-arbítrio reduzi-lo à condição de máquina. De um mero instrumento sem responsabilidade. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa, conforme o sentido das palavras.
Ninguém atinge as altitudes sem conquistar as baixadas, não sendo lícito pairar-se acima das circunstâncias mortificadoras sem ter vivido, superando-se a penas de renúncia e engrandecimento moral.
APOLÔNIO ISAAC, viveu em Garanhuns a maior parcela de sua existência. Reformado da Polícia e aqui ficou. Estabeleceu-se à rua do Comércio. Sempre foi muito estimado e mantinha boas relações sociais. Em Bom Conselho viveu dirigindo um hotel que era muito procurado pelos viajantes de toda essa região.
Com idade de 88 anos, Apolônio faleceu em novembro de 1992, sendo sepultado no Cemitério São Miguel, em Garanhuns.
*Dr. José Francisco de Souza / Advogado, historiador e jornalista / Garanhuns, 5 de Setembro de 1992.
Foto: Garanhuns na década de 1950.
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