Ainda ontem, na velha laranjeira
Plantada lá no fundo do quintal,
Ao despertar da aurora alvissareira,
Modulava seu canto matinal.
Hoje, no entanto, quando a prazenteira,
Resplandecente, luz auroreal
Surgiu no espaço, cândida, fagueira,
Não mais ouvi seu canto original.
Saindo por sabê-lo onde se achava,
Que de surpresa o coração me invade,
Vendo morto o cantor que me embalava...
Hoje, quando desperto, que abandono!...
Nem o sono acalenta-me a saudade,
Nem a saudade me acalenta o sono.
Garanhuns, 17 de Setembro de 1977.
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