João Marques | Garanhuns
Eu é que sou desconhecido
de quem passa ao lado
vestido de outros panos
porque não sei que ama
e vive de ser pacato, alguém
que mora em casa sem hall
num bairro sem pintura
alguém-de-quem não sei o nome
e pode ser João como me chamo
e que faz João no mundo
homem que faz ou vagabundo
roubando a vida dos outros...
mas é certamente parecido
com os que são exclusão
de um fim sem recomeço
perdido na vastidão
sem norte e sem passado
e nunca chega, só parte
tão perto aqui de mim
que sou seu desconhecido
meu irmão, João!
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