E agora, José? e Maria?
Maria de muitos nomes
das Dores e da Conceição
a de Zé mais conhecida
pobre de vida e nome
e em todo o dia amanhece
nem toma café e some
para ver o que é que acha…
mas se Maria não volta?
e cansada cai com o nome
Zé e os filhos com fome!
aí, é um fim de mundo
Maria, vai que não morre
se levanta e logo some
sem as paisagens da vida
e o tombo calcula os passos
vê se ganha alguma coisa
e volta de noite à casa
onde das sobras inda come
mexido para os meninos
prato de espera ao Zé
ela, tira-gostos vencidos
e parece um fim de mundo
e não tem do que gostar
vivendo a diária lida
de existir assim de fora
e se não se fizer de aço
se não mastigar o espaço,
e não cuspir o que engole
Maria de Zé se acaba
e só fica um fim de mundo.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.
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