O distrito de São João, criado em 23 de Janeiro de 1883, pela Câmara dos Vereadores, com o território que, "Começando do Rio Canhoto, no lugar Cachoeira, ruma direito ao Olho d'Água do Meio e daí a Cruz do Brejinho da Caatinga e daí a estrada que vai da cidade para a Palmeira no riacho do Mucambo e pela estrada até encontrar o distrito da Palmeira e com ele se limitando para o Norte até o Rio Canhoto e por este acima até onde começou", foi conforme os dados que o professor Erasmo Bernardino Vilela se dignou nos fornecer, desmembrado de Garanhuns e transformado em Município independente, mediante o projeto número 60, apresentado pelo então deputado, Dr. Elpídio de Noronha Branco, que depois de aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo Vice-governador em exercício, Dr. Otávio Correia de Araújo, se tornou na Lei número 3.337, de 31 de Dezembro de 1958, com o seu antigo território modificado para o seguinte: limitando-se pelo norte e pelo leste, com o Município de Angelim, começa na confluência do Riacho Massaranduba com o Rio Canhoto em linha reta para o ponto mais alto da Serra do Zuza, daí, em linha reta para o ponto mais alto da Serra dos Bois e daí em linha reta para o ponto mais alto da Serra Água Branca, de onde passa a se limitar, pelo Sul, com o Município de Palmeirina pela linha de cumiada das Serras: da Água Branca, Paquevira, Rochedo e da Palmeira até o seu ponto mais alto, e daí em linha reta para o ponto mais alto da Serra do Capim Grosso, de onde passa a se limitar com o Município de Garanhuns, dali em linha reta para a nascente do Rio Inhumas, por este até a sua confluência com o Riacho do Mucambo, por este até a sua nascente, daí, em linha reta até as nascentes do Riacho Massaranduba, por este até a sua confluência com o Riacho São Vicente e por este até a sua confluência com o Rio Canhoto. Pelo ato número 88 do referido Vice-governador, foi nomeado prefeito do Município, o Professor Erasmo Bernardino Vilela que tomou posse do cargo, em 15 de Janeiro de 1959, perante o Secretário do Interior e Justiça, Dr. Costa Aguiar, na respectiva Secretaria e assumiu o governo Municipal a 19 do mesmo mês, em sessão realizada na nova cidade sob a presidência do então Presidente da Câmara dos Vereadores de Garanhuns, Dr. Petrônio Fernandes da Silva, com a presença dos Senhores: Dr. Raimundo Atanázio de Morais, Alfredo Leite Cavalcanti, Cícero José de Melo, Deusdedit da Silva Maia, Manoel Bernardino de Barros, Bolivar Fernandes da Silva, João de Assis Moreno, Arlindo de Souza Vilaça, Higino Florêncio Costa, Júlio Clemente da Rocha, e outras pessoas gradas. Entretanto, na mesma data da posse (19 de Janeiro de 1959) o Tribunal de Justiça do Estado, aceitando uma representação do Procurador Amorim demonstrando um grande choque entre as leis de organização municipal e judiciária, resolveu suspender os efeitos da criação de novos municípios inclusive o de São João, consequentemente O Professor Erasmo Bernardino somente governou esse Município, até 4 de Fevereiro do mesmo ano, quando o novo Governador do Estado, Dr. Cid Sampaio, empossado no dia 31 de Janeiro, baseado na decisão do Tribunal, tornou sem efeito a nomeação dos Prefeitos dos Municípios criados. O Município de São João voltou à condição de distrito de Garanhuns até o ano de 1961, quando o Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade da lei que criou os novos municípios, o que deu lugar ao referido governador, pelo ato número 509, de 22 de Fevereiro de 1962, nomear o cidadão Pedro de Souza Lima, para o cargo de Prefeito, sendo este empossado no dia 25 do mesmo mês, na Secretaria do Interior e Justiça, perante o Secretário Dr. Luiz de Magalhães Melo, e assumiu o seu cargo em 1º de Março de 1962, solenizando o seu governo no dia 16 de Maio. Marcadas as eleições para a formação do primeiro governo constitucional do município, estas se realizaram em 7 de Outubro de 1962 e delas saíram eleitos: para o Poder Executivo - João de Assis Moreno; para o Legislativo - os cidadãos: Júlio Clemente da Rocha, Luiz José de Melo, José Florêncio Costa, Luiz Platino Leite, Manoel Vilela de Melo e Enoque Ferreira, todos do Partido Social Democrático. Reinaldo Ferreira de Carvalho, João Guilherme da Rocha e João Álvaro Fernandes, pela União Democrática Nacional, todos empossados em 15 de Novembro do mesmo ano, quando a Câmara dos Vereadores compôs a sua mesa com os três primeiros eleitos respectivamente - Presidente, Primeiro e Segundo Secretários.
BREJÃO
Na sesmaria concedida ao Mestre de Campo Nicolau Aranha Pacheco e outros, em 22 de Dezembro de 1658, entre os sítios organizados, foi o da Sambaiba, comprado pelo Coronel Manoel da Cruz Vilela, por escritura pública lavrada na Vila de "São Francisco da Barra do Sergipe do Conde", em 20 de Novembro de 1704, a dona Madalena Clara Pereira, Curadora do seu marido o Alferes Nicolau Aranha Pacheco e Albuquerque, herdeiro do sesmeiro, pela quantia de Trezentos mil réis, conforme se lê no livro número 11, folha 44, do 2º Cartório de Garanhuns.
O território do referido sítio, ao tempo da sua compra, começava onde o Repartição faz barra no Rio Mundaú e pelo Riacho acima, se dividia com o Sítio do Buraco até o confronto da barra do Riacho Aracá, de onde prosseguia pelo Riacho Repartição até a sua nascente principal e daí até o Riacho Sêco, dividindo-se com o Sítio Saco, indo pelo Roi Mundaú abaixo até encontrar a fazenda dos Burgos, já então de propriedade do mesmo comprador e limitando, pelo leste e pelo sul com o Riacho Sêco. Esse território é, quase todo o que compõe o Município de Brejão.
Posteriormente à compra do Sítio Sambaiba, no seu território, foram se organizando outros sítios entre os quais foi o de Brejão cujo proprietário, que ignoramos, na sua sede, fincou uma grande cruz e, tempos depois, em frente a ela, foi erigida uma capela sob o orago da Santa Cruz, já existente em 1852, na qual o seu capelão, Padre Francisco do Rego Baldaia, em 25 de Fevereiro daquele ano, efetuou o primeiro casamento cujos nubentes foram: Severino Gomes da Silva e sua Prima dona Teodora Maria da Conceição; ele filho do casal José Felix Barreto - Josefa Gomes da Silva e ela filha do casal Pedro Francisco de Vasconcelos - Maria do Rosário. Daí por diante muitos outros casamentos foram realizados na capela da Santa Cruz, pelo Capelão, como, por exemplo, foi o de José de Barros Araújo, filho do casal Antonio Dias da Silva - Senhorinha Maria das Virgens, com dona Josefa Maria de Jesus, filha do casal Antonio de Amorim Souto - Elena Maria de Jesus, aos 22 de Novembro de 1857. Nesta mesma data realizou-se o casamento de Antonio Valentim de Barros, filho do casal João José de Araújo - Izidória Francisca de Barros, com sua prima Izabel Ferreira de Barros, filha do casal José de Barros Silva - Úrsula Maria das Virgens, e assim por diante.
Quando em 1883, a povoação do Corrente, sede do segundo distrito de Garanhuns, dele se desmembrando para tornar-se o seu próprio Município, instalado naquele ano, a povoação da Palmeira (Palmeirina) sede do Terceiro Distrito, a substituiu na categoria, e a do Brejão de Santa Cruz, formada em torno da respectiva capela, passou a sede do terceiro Distrito criado naquele mesmo ano...
No distrito composto de um território fertilíssimo para a agricultura, principalmente o café, verificado nas primeiras colheitas deste produto a sua superior qualidade, foram se fundando fazendas que se multiplicaram, o que mais contribuiu para o crescimento da sua população e sua riqueza, assim como para o progresso da sua sede, o que muito facilitou a sua emancipação.
Pela Lei número 3.337, de 31 de Dezembro de 1958, o Distrito foi desmembrado de Garanhuns, transformando-se em Município Autônomo em 1º de Março de 1962, com o seu prefeito provisório, o cidadão José Custódio das Neves, que o governou até 15 de Novembro do mesmo ano, quando passou o governo ao primeiro eleito, Luiz Ferreira de Barros.
A Comarca de Brejão, também criada pela citada Lei, foi instalada, solenemente, pelo seu primeiro Juiz de Direito, o Dr. Jáder Jordão de Vasconcelos, aos 8 de Junho de 1962, abrilhantada com a presença de muitos cidadãos de grande relevo social, de fora foram: o Exmo. Revmo. Dom José Adelino Dantas, Bispo da Diocese; Pedro de Souza Lima, Prefeito do Município de São João; Dr. Edgar Bezerra Leite, deputado Federal; Dr. Uzzae Canuto, e muitos outros; e do novo Município, como por exemplo, foi os cidadãos: José Custódio das Neves - Prefeito; Dr. Jairo Rocha Ferreira - Promotor Público; Boanerges Cerqueira, delegado de Polícia; Mário da Silva Souto, Abelardo Ramos da Costa, e muitos outros.
O referido Juiz de Direito, já no dia 4 do mesmo mês, havia empossado os serventuários seguintes: Francisco Ferreira Lopes - Tabelião; Sebastião Leite Cavalcanti - Oficial do Registro Civil; José Dias da Silva - Avaliador; Marcelon Teixeira de Araújo - Partidor e Contador; e Pedro Viana de Carvalho - Oficial de Justiça e Porteiro dos auditórios.
Para formar o primeiro governo constitucional do Município, nas eleições que se realizaram em 7 de Outubro de 1962, inscreveram-se como candidatos ao Poder Executivo, os cidadãos: Luiz Ferreira de Barros e José Dias da Silva, e para o Legislativo os cidadãos: José Osório de Barros, Agilberto Bento de Moraes, Mário da Silva Souto, Antonio Lopes Ferreira, Horácio Eulálio Rodrigues, Teotônio Ferreira dos Santos, Joaquim Sobrinho, Joaquim Alexandre da Silva, Hélio Leite de Araújo, José Rodrigues Alves, Manoel Barbosa Calado, Maria do Espírito Santo, Valdomiro Siqueira Pinto, Lindelberto Monteiro de Vasconcelos, Abel Pinto de Barros, João Raimundo da Silva, Hermínio Trajano de Góes e Epifânio Bispo Monteiro.
Realizadas as eleições saíram eleitos os candidatos seguintes: para o cargo de prefeito - Luiz Ferreira de Barros, com a maioria de três votos sobre o seu competidor José Dias da Silva, o que ficou demonstrado o real valor de ambos, no conceito dos eleitores; para vereadores: José Osório de Barros, Horácio Eulálio Rodrigues, Antonio Lopes Ferreira, Mário da Silva Souto, Agilberto Bento de Moraes, Manoel Barbosa Calado, Maria do Espírito Santo, Valdomiro Siqueira Pinto e Joaquim Fausto Sobrinho.
A Posse de todos eleitos foi realizada em 15 de Novembro do mesmo ano e a Câmara dos Vereadores foi assim organizada: Presidente - Mário da Silva Souto. Vice-presidente - José Osório de Barros. Primeiro e segundo Secretários - Agilberto Bento de Moraes e Antonio Lopes Ferreira, respectivamente. Pouco tempo depois, para assumir um cargo na Superintendência da SUDENE, o primeiro secretário renunciou à sua cadeira sendo substituído pelo suplente Teotônio Ferreira dos Santos.
Os componentes de ambos os poderes, até agora (dezembro de 1964) têm agido caprichosamente, no desempenho dos seus deveres, não somente com o fim de corresponderem a confiança neles depositadas pelos eleitores, mas, principalmente, promovendo, por todos os meios, o progresso do Município, o que, finalmente já se verifica.
PARANATAMA
O Município de Paranatama (antiga Serrinha) foi instaurado no dia 22 de Fevereiro de 1964. Serrinha era o quinto (5º) Distrito do Município de Garanhuns até o mês de Junho de 1938; daí então passou a ser o quarto (4º Distrito, já com o nome de Itaquatiara, até o mês de Dezembro de 1943; daí então foi mudado o nome de Itaquatiara para Paranatama, passando a ser o sétimo (7º) Distrito do Município de Garanhuns. A superfície do Município de Paranatama é de 268 quilômetros quadrados limitando-se da maneira seguinte: Ao leste com o Município de Garanhuns - Ao Oeste com o Municípios de Pedra e Iati - ao Norte com o Município de Caetés - Ao Sul com o Município de Saloá, e com o Distrito de Miracica - Garanhuns.
A população do Município é de 15.560 habitantes censo de 1971).
Dados sobre o movimento Judiciário do Município: O primeiro Escrivão foi o senhor José Barbosa de Almeida, de 25 de Fevereiro de 1911 até 20 de Fevereiro de 1925, sendo o Juiz Distrital o senhor João Correia de Assis, que exerceu sua função até o ano de 1928, havendo celebrado 470 casamentos. O segundo Escrivão foi o senhor Francisco de Aquino Neves, de Março de 1925 até Abril de 1926. O terceiro Escrivão foi o senhor Manoel Pereira dos Santos, de Maio de 1926 até Março de 1937, sendo o Juiz Distrital o senhor João Bezerra Sobrinho, que exerceu a sua função de Abril de 1931 até Novembro de 1938, havendo celebrado 133 casamentos. O quarto Escrivão foi o senhor Antonio Pereira Sales, de 22 de Junho de 1937 até 1 de Outubro de 1952. O quinto Escrivão foi o senhor Abílio de Holanda Cavalcante, que foi nomeado Escrevente deste Cartório em 26 de Outubro de 1935; foi nomeado Substituto em 16 de Junho de 1952; depois interinamente em 12 de Agosto de 1959; em 19 de Março de 1960, foi nomeado com vitaliciedade no mesmo Cartório. O terceiro e último Juiz de Paz deste Município foi o senhor Júlio Barbosa de Lima, de Junho de 1958 até Agosto de 1964, havendo celebrado 124 casamentos. O primeiro casamento civil realizado neste Cartório foi de Luiz Bezerra da Silva e Quitéria de Oliveira Cavalcante, no dia 15 de Março de 1911, sendo o Escrivão, José Barbosa de Almeida e o Juiz, João Correia de Assis. O primeiro de nascimento foi de Quitéria, filha de Gabriel Gomes da Costa e Antonia Souza da Conceição, no dia 10 de Setembro de 1927, pelo Escrivão Manoel Pereira dos Santos.
CAETÉS
Este Município foi criado pela Lei nº 4.987, de 20 de Dezembro de 1963 e instalado em 16 de Agosto de 1964.
(Fonte: História de Garanhuns | Alfredo Leite Cavalcanti (foto) | Volume II | Garanhuns, Fevereiro de 1973 | Foi mantida a grafia da época).
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