Dr. José Francisco de Souza* | Garanhuns, 18/01/1986
A mais sublime ocupação do homem, é sem dúvida, o trabalho intelectual. Ação mental de transmitir ideias através de palavras que possam identificar corretamente as dimensões do pensamento criador. Essa operação aproxima o ser humano dos mais elevados planos de ordem espiritual. Não há pensamentos ocultos que não sejam desvendados pela auréola do apercebimento.
A inteligência concatena os efeitos que revelam os ornamentos das causas. O mundo mental possui características de sua própria natureza existencial. Manifesta-se na plenitude de sua exteriorização, revelando-se como elemento capaz de criar no eterno. Assim proporciona e estabelece o equilíbrio do Espírito.
As nossas ações se sublimam quando constatadas pelos crivos da razão pura. Elas sempre estão se multiplicando no sentido de alcançar os mais altos propósitos. Como revelação pessoal pertence a sua natureza, o desejo de serem identificadas como projeção em todas as camadas sociais. O intelectual espiritualista pensa, sente e age em função do aperfeiçoamento que se revela digna de sua clarividência, de translucidez.
O intelectual, ostenta com humildade, com fé e resignação, o lábaro do amor desfraldado pelos ensinamentos e sabedoria dos Espíritos da verdade, não se identificam senão através das mensagens ricas de conteúdo e forma, segundo e forma, segundo os textos das obras codificadas. É sobretudo, generoso, de consciência purificada pelas belezas morais da caridade. Não se ufana de considerações, não ditadas, pelo profundo conhecimento aos meus semelhantes e irmão no Senhor.
Seu Espírito em prova, neste mundo de dores e lágrimas, vive a desabrochar um sorriso franco pela ventura de ter sido apontado, pelo mundo da espiritualidade maior, a resgatar com resignação e paciência, os seus débitos. No silêncio de seu mundo interior aprendeu que uma palavra de carinho, dita no momento preciso, conquista mais corações que um cofre de ouro, filho do pecado. A lealdade e a generosidade são o verdadeiro, embora oculto, escudo de nobreza. A nobreza da alma se purifica pelo amor. Consiste, acima de tudo, nas virtudes exemplares do amor ao próximo como a si mesmo.
Não é viver ilhado em si mesmo, que se passa a entender a autoridade e a sabedoria da solidão. A solidão é um fecundo recolhimento, onde o amor purifica o ser humano. E o tempo não se escoa em isocronia mortificante, mesmo que estivéssemos a angustia de passar a última noite na terra. Morrer para renascer, tal e a Lei fundamental da CRIAÇÃO.
No problema da solidão não existe forma, nem regras, cada um procura resolver como sabe. Saber não se limita ao conhecimento de escola filosófica, nem a boa informação através dos livros. O imprescindível é que, o autoconhecimento esclareça os segredos da vida eterna que existe em cada um de nós. Temos de ficar psicologicamente investidos de todos direitos que a Divindade nos outorgou pela imanência da perfeição de sua Infinita Bondade.
"Em suma, Jesus na Cruz, é o símbolo e a realidade, ao mesmo tempo, do imenso labor secular que pouco a pouco eleva o espírito criado para conduzir para as profundezas do Meio Divino. Ele representa (e, num certo sentido, é) a criação, a qual amparada por DEUS, sobe as encostas do ser, umas vezes agarrando-se às coisas para nelas estabelecer um ponto de apoio, outras vezes desprendendo-se delas para ultrapassar, sempre compensando pelos esforços o cansaço físico, e recuar pelas suas quedas, no caminho do calvário".
Todo ser humano, por ser humano, precisa dedicar a sua vida e uma obra do verdadeiro espírita CRISTÃO.
*Advogado, jornalista, cronista e historiador.

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