A Terra é um pequeno grão na amplidão dos espaços infinitos, onde rodopia incontável número de mundos. A inteligência do homem e o seu raciocínio aceitam a presença de milhões de galáxias, carregando em seu bojo, cada uma delas, outros milhões de astros, possuídos de finalidades, com destinações nobres. Deus revela-se na grandiosidade de Sua criação, dizendo de Sua sabedoria, de Sua perfeição absoluta, que se espelha em Sua obra.
A astronomia, verdadeira "ciência dos céus" aproxima-se das paisagens que falam uma linguagem silenciosa, mostrando-se, contudo, harmonia, equilíbrio na dança dos astros, entoando a renomada "música das esferas". Tudo isso indica a presença de uma força que se esconde, de um poder, de uma diretriz a se adentrar na intimidade do todo existentes, qual energia inteligente, poderosa, regendo a maravilhosa orquestra do universo. Seria ilógico, por absurdo, receber toda essa organização estelar, astronômica, que é a própria natureza universal, destinada exclusivamente à contemplação egoísta do homem. Tal aceitação representaria o Criador sem os predicados de sabedoria e perfeição infinitas.
"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos" (SI, 19:1). Ainda: "O que já foi, e o que há de ser, também já foi; Deus fará renovar-se o que passou" (Ecl, 3:15). Essas lições, tão encontradas em outros termos ao longo dos livros que fazem a Bíblia, falam que tudo e todos viajamos, excursionando pelas incontáveis moradas nesta imensa Casa do Pai (Jo, 14:2). E quem assim nos diz também enfatiza: "Se assim não fora, eu vo-lo teria dito" (Jo, 14:2).
Se nascemos apenas uma vez, o que é grande verdade, renasceremos tantas quantas necessárias forem. Igualmente, morreremos nas incontáveis existências, enquanto merecermos a morte por salário dos nossos desvios (Rm, 6:23). A morte erige-se como nosso último inimigo a ser destruído (I Co, 15:26). Para vencê-la e ganharmos a vida eterna, longa é a estrada, mesmo quando temos por modelo Aquele que se afirmou "caminho, verdade e vida" (Jo, 14:6).
O infinito está dividido em retalhos. A Terra é uma dessas partes. A verdade é igualmente infinita, apresentando-se do mesmo modo. Neste pedaço de infinito que é o infinito do nosso mundo, percebemos tão somente traços, linhas do conhecimento ou da verdade absoluta. Destarte, relativo, quase insignificante, é o nosso saber, visto quase nada alcançarmos com respeito à infinitude de planos em que se desdobra a salvação do homem, tarefa de cada um de nós, pessoal e intransferível. Paulo nos fala de sua experiência, quando fora alçado a um terceiro céu (II Co, 12:2), aclarando, de tal sorte, a ideia daquelas moradas noticiadas por João, o Evangelista. Essa confirmação faz-se bem clara em Lucas, discorrendo sobre João Batista: "[...] Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que ele" (Lc, 7:28). Ora, indiscutível é o mérito de quem espiritualmente teve a honra de anunciar de sua estatura moral, por tamanha honraria. Em que pese, porém, o sentido do valor aí expresso, Jesus também noticiou a pequenez do Batista quando o apresentou bem pequeno entre os que se acham no reino dos céus. Aí se encontra uma hierarquia do Espírito, no momento em que apresentou o Batista, O Precursor, bem pequeno espiritualmente em relação a quantos habitam as moradas etéreas. Tudo isso fala bem alto do relativismo da salvação, na dependência de um sem-número de encarnações...
*Jurista e escritor / Garanhuns, PE - 2011.
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