João Marques* | Garanhuns, 2023
O poema que faço
será o mesmo de amanhã
em algum lugar do mundo
para um mulher que penso
entregar nas mãos o canto
uma canção de amor
em declaração à mulher distante:
rosto que contemplo
perfeitas formas nos traços
as linhas leves dos cabelos
a expressão da alma, os laços
que me prendem o olhar
de poeta desamado
paixão e ser me enternecem
o corpo, a fala, a existência
com a mais intensa alegria
como alegra eterno sonho
de amor, mulher divina
promissor porvir
às tristezas do mundo
mas me falta seu nome
para inscrever na pedra
onde há de florescer
a flor dos meus versos
por amor assim de perto
e de encanto tão longe.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município, foi presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Manteve, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro. João Marques desencarnou em 22 de setembro de 2024.

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