João Marques* | Garanhuns
Cacos caídos e gastos
e o que pode o canto
de partido barro
erigir na praça torso
vaso de alabastro
em reduzidos cacos
desnivelados e soltos
resta encontrar rastilhos
para retenção na alma
de despedaçada vida
porque o canto é pleno
pode redimir o feio
e consolar o triste
refazer granítica a obra
das mortes da existência
e da desolação dos cacos.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município, foi presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Manteve, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro. João Marques desencarnou em 22 de setembro de 2024.
Nenhum comentário:
Postar um comentário