João Marques* | Garanhuns, 2022
Volve o sol perto de casa
a roseira que minha esposa deixou
plantada na palma e no vento
clave da fala de Homero
de traços livres e vibrantes
e da celebração do simples
tenho o rosto do primeiro homem
de olhos e de cabelos de luz
manhãs novas e os beija-flores
caindo serenos do azul
amanhecendo os montes
substantivos e sensíveis
do gozo dos seres
no 7º dia do descanso dos elementos
e da alegria das bodas e do mel
as aves cantam, incrivelmente cantam
com as falas da natureza
que compõe a alma
dos homens de pedra e flores.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município, foi presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Manteve, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro. João Marques desencarnou em 22 de setembro de 2024.
Nenhum comentário:
Postar um comentário