Dr. José Francisco de Souza* | Garanhuns, 06/09/1986
Não é regra, nem modelo. É um preceito político e social. Algo que não modifica em sua disposição moral. O psicológico é relativo. Não obstante a sua estrutura não é muito sólida. A ato reflexivo não é divino. É material e exerce domínio no ser humano. Ninguém poderia negar a influência do ambiente na formação e comportamento de cada um de nós.
É preciso que depreenda com certa acuidade o valor elucidativo de tal influência. Ela se manifesta com muita habilidade a ponto de exercer, quase plenamente, a sua ingerência. Daí, a variedade de modificações, que domina quase todos os recantos do universo moral dos menos avisados. É um posicionamento de ordem e de costumes associativos. É preciso ser ativado pela própria natureza em processo de execução e com certa argúcia.
O cumprimento dessa ordem é um imperativo do sociológico. Do homem como elemento capaz de criar no eterno, onde o presente modifica-se assim mesmo, em busca de sua autêntica finalidade. O fator emocional é muito importante no comportamento de cada um que vive integrado no sistema dominante.
Isso pode ensejar um prognóstico de proporções, até certo ponto assustadora, no ponto de vista político. E em se falando em política, não se pode afastar as amplas possibilidades de princípios e reforma de base. O fundamental é o apercebimento na ação conjunta dessas determinações. Qualquer organismo social quando afetado de qualquer infecção, todos os elementos humanos de sua constituição são passíveis de contaminar-se.
Impõe-se cuidado especial a fim de que não se modifique o equilíbrio entre o indivíduo e a sociedade. A coexistência pacífica é fundamental para que haja estabilidade em todos os segmentos da vida pública do homem.
O indivíduo para manter-se capaz de acionar as possibilidades de justiça social é preciso que a sua concepção seja fundamentalmente humana. Amigos de seus irmãos e irmãos de seus amigos. Em todos os setores em que o homem é figura central do progresso, o princípio moral do cristianismo deverá ser indeclinável. Compreendidos assim, os cuidados do embelezamento e de acabamento pessoais, se consolidam, sem alternativas.
Como consequências das mudanças que há um século, vem modificando, juntamente com as nossas representações experimentais do Mundo em que vivemos. O valor moral de muitos dos seus elementos, "o ideal religioso humano" tende a sublinhar tendências e a exprimir-se em locuções que parecem à primeira vista não coincidirem com o "ideal religioso".
Não se busque nestes conceitos senão o dever de aproximação em tudo que se relacione com a realidade. Os fatos acontecem e pela sua própria essência determinam observações importantes. O que se verifica em torno de nós, quase sempre é determinada por circunstâncias de ordem psicológicas, onde o desfeito moral altera a percepção da realidade em si mesma.
Com efeito, o "Meio Divino" perderia toda a sua grandeza e todo o seu sabor para o conceito "místico", se por toda sua percepção gradativamente justificada, por toda a sua vontade solicitada e fortificada, este não sentisse perder tão completamente o pé no oceano divino, que nenhum ponto de apoio primeiro lhe fosse deixando, no fim de contas, a si mesmo, no fundo de si próprio, para a sua ação, que é sobretudo superar o ambiente social pelo bem comum.
*Advogado, jornalista, cronista e historiador.

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