Aprender a respirar as coisas
o instante que estende a espera
o momento de acabar a glória
a vez da desilusão dos sonhos
e resfolegar o que oferecer a vida
o vento da aragem branda
é o mesmo da grande ventania
e por corredor o espaço imenso
passagens do céu e dos horizontes
águas e peixes respirando a luz
há quebra do travo do tempo
quando igual se aspira a alma
que não é só o poder das mãos
o poder do ar espraia acima as nuvens
que se refazem sempre e vão e vêm
como tudo em redor do sol.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.
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